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Pilares da educação, pioneiros da cidade

O Lysímaco Ferreira da Costa, no Água Verde, é um exemplo dos colégios tradicionais que acompanharam o desenvolvimento da cidade | Brunno Covello / Gazeta do Povo
O Lysímaco Ferreira da Costa, no Água Verde, é um exemplo dos colégios tradicionais que acompanharam o desenvolvimento da cidade (Foto: Brunno Covello / Gazeta do Povo)
O Xavier da Silva teve importante papel no desenvolvimento e na urbanização de Curitiba |

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O Xavier da Silva teve importante papel no desenvolvimento e na urbanização de Curitiba

O Instituto de Educação foi entregue pelo governador Caetano Munhoz da Rocha em 1922 |

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O Instituto de Educação foi entregue pelo governador Caetano Munhoz da Rocha em 1922

Ao projetar em meados de 1902 a obra do Colégio Xavier da Silva, em Curitiba, o engenheiro Cândido de Abreu tornou-se um dos responsáveis pela idealização da construção do primeiro grupo escolar do estado. A instituição inaugurou o sistema de ensino seriado como conhecemos hoje – já que antes as turmas não eram divididas por séries. O Xavier é um dos principais exemplos que, somados a outros seis estabelecimentos de ensino – todos tombados pelo Patrimônio Estadual –, teve importante papel no desenvolvimento e na urbanização da cidade.

Rebouças

O colégio, que teve as obras iniciadas em 1903 e abriu as portas em 1904, tornou-se um dos principais elementos para que a região do bairro Rebouças, principalmente nas proximidades das avenidas Silva Jardim e Marechal Floriano Peixoto, tivesse o pontapé inicial para se desenvolver. Claro que outros elementos contribuíram para esse fenômeno, como a linha de bonde que passava na Marechal e a inauguração no mesmo período do Tribunal do Júri e da sede das secretarias do Estado na região (onde hoje funciona uma estrutura do Ministério Público).

A arquiteta e historiadora Elizabeth Amorim de Castro relata que esses elementos indicam que já havia a intenção de ocupar a região, que na época era afastada do Centro de Curitiba. "A construção da escola contribuiu para a ocupação da região, naquele momento afastada do Centro da cidade", relata.

Para a coordenadora do Patrimônio Cultural da Secretaria de Estado da Cultura, Rosina Parchen, as escolas, especialmente na primeira metade do século 20, ajudavam na construção de comunidades. "Esses colégios funcionavam como núcleos de concentração que contribuíram para o ordenamento da cidade, para o agrupamento de pessoas e para o desenvolvimento de determinadas regiões", ressalta.

Fenômeno parecido ocorreu com o Colégio Dom Pedro II, inaugurado em 1928 no bairro Seminário. Além da instituição fomentar o crescimento na região, que já possuía bonde e diversas fábricas, consolidou o sistema seriado de ensino como padrão em todo o estado. "O Dom Pedro II foi a primeira escola a apresentar o programa arquitetônico completo de um grupo escolar. Dividida em duas alas, para meninos e meninas, possuía uma sala de aula para cada uma das quatro séries do ensino primário. O Xavier da Silva, não. As duas últimas séries compartilhavam a mesma sala de aula", conta Elizabeth.

Acervo raro

Além disso, os colégios antigos guardam um acervo histórico raro e fazem parte do passado de milhares de pessoas. Só por isso já são prédios que carecem de cuidado especial. Não fossem professores, zeladoras e até pais de aluno, alguns documentos escolares estariam na lata do lixo. Sem cuidado, alguns papeis com décadas inteiras de informação educacional desapareceram.

Garantir um mínimo de segurança aos espaços físicos e aos acervos é uma reivindicação antiga dos educadores e historiadores. "Hoje, as escolas não recebem a manutenção e o cuidado que deveriam receber. São patrimônios que acabam sendo deixados de lado", lamenta a arquiteta e historiadora.

Mais antigo

O Instituto de Educação do Paraná, em Curitiba, foi criado em 12 de abril de 1876 com o nome de Escola Normal. O edifício foi entregue à comunidade pelo governador Caetano Munhoz da Rocha, em 1922. O imóvel passou por algumas ampliações, contando atualmente com 5,5 mil metros quadrados de área construída.

Consequência

O historiador da Universidade Federal do Paraná, Marcus Levy Bencostta, acredita que a construção desses colégios contribuiu para a formação de Curitiba como se conhece hoje. Mas ele defende a tese de que a instalação dessas instituições era mais consequência do que pré-requisito para o desenvolvimento das localidades. Isso porque ele relata que as instituições de ensino surgiam para suprir uma demanda que já aparentava existir. "Na região do próprio Colégio Xavier, por exemplo, já tinham algumas fábricas", diz.

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