O piloto curitibano Asteclínio da Silva Ramos Neto está preso em uma solitária há uma semana em um complexo penitenciário de Lima, capital do Peru. A informação é do advogado de Neto, Rodrigo Faucz. Até então, o piloto estava detido em um presídio na província de Satipo. Detido desde abril, ainda não há perspectivas de que o paranaense responda em liberdade pelo crime de conspiração ao tráfico de drogas, do qual é acusado. Neto pilotava um avião que foi abatido pelas Forças Armadas peruanas, quando sobrevoava a localidade de Rio Tambo, na província de Satipo, no Peru. O rapaz de 28 anos foi atingido por dois tiros de fuzil.
Segundo o advogado, o estado de saúde do curitibano inspira cuidados. “A gente havia pedido para que ele fosse transferido para um estabelecimento de saúde e mandaram ele para uma solitária”, revela Faucz. Agora, o advogado entrou com um pedido para que Neto retorne ao presídio em que estava anteriormente. “Ele está há uma semana sem cuidados médicos. É um absurdo o que estão fazendo com ele”, relata.
Uma das balas – de calibre 7.62 – estava alojada no abdômen do piloto preso. Entretanto, o projétil se deslocou para próximo da coluna. A defesa pede que o rapaz seja atendido com urgência. “Todos os nossos pedidos foram para que ele tivesse imediato atendimento médico, principalmente para realizar exames necessários para saber sua real situação de saúde”, diz o advogado.
O Consulado do Peru em Curitiba informa que o caso deve ser tratado diretamente com o Ministério das Relações Exteriores, com o Itamaraty e Embaixada Brasileira no Peru. “O advogado deve entrar em contato com a Embaixada para tentar resolver a situação. Coloco-me à disposição para intermediar essa situação”, afirma o cônsul Luiz Henrique Sossela. A reportagem entrou em contato com o Itamaraty e com a Embaixada e até as 14 horas não houve retorno.
O caso
A aeronave que Ramos Neto pilotava foi derrubada pelas Forças Armadas do Peru, que desconfiavam de que o avião era usado pelo tráfico. Entretanto, não foram encontradas drogas. Mesmo assim o rapaz foi preso preventivamente, acusado de conspiração para o tráfico de drogas.
O agravante é que as prisões preventivas no Peru podem ter a duração de nove meses, prorrogáveis por outros 27 meses. Com isso, um acusado pode ficar detido até por três anos por ser suspeito de praticar um ato ilícito.