A notícia do acidente e morte do piloto curitibano Luiz Antônio Ramos Molinari, 57 anos, foi dada à família por autoridades da Aeronáutica horas depois da queda da aeronave - já no início da manhã. A primeira a saber foi Talita Molinari, 21 anos, caçula dos três filhos de Luiz Antônio. "Ela ficou consternada e demorou para acreditar no que estava ouvindo", diz Márcio Molinari, um dos dois irmãos do piloto.
A mãe, Dirce Molinari, de 77 anos, teve que ser assistida por médicos da família depois de saber do acidente com o filho. "É uma coisa que nunca esperamos", comenta Márcio. O outro irmão de Luiz, José Carlos Ramos Molinari, veio do Rio de Janeiro para acompanhar o sepultamento.
Luiz Antônio era viúvo e morava num apartamento no Cabral, em Curitiba, mas desde 23 de julho de 2007, quando passou a trabalhar para a empresa Two Táxi Aéreo, residia alguns dias da semana também em Jundiaí, no interior de São Paulo. Em Curitiba, Luiz morava com dois filhos: Talita e Gabriel, de 26 anos. A outra filha, Caroline, 28, é casada e reside em Mato Grosso do Sul.
Márcio relembra que por diversas vezes voava com irmão. "Ele era muito competente e adorava voar", conta. O gosto pelos ares veio desde pequeno - muito influenciado pelo pai, já falecido, Darcy Molinari, que também era piloto. "Meu irmão tinha 35 anos de experiência, 12 deles dedicados à empresa Líder (táxi aéreo)", diz.
Primeiro vôo pela empresa
Ao lado de Luiz no avião, estava o também experiente piloto José Renato Urbano, de 46 anos. Nascido na cidade de Assis, interior de São Paulo, Urbano fazia seu primeiro vôo pela empresa Two Táxi Aéreo. "Ele estava saindo de uma empresa em Sorocaba e começando a trabalhar nesta (Two)", explica Sônia Maria Paitl Urbano, 46, mulher de José Renato. "Mas ele já voava há mais de 20 anos", completa.
Sônia falou com o marido pela última vez por telefone na manhã de terça-feira. "Estava tudo normal, tranqüilo. Foi uma conversa como outra qualquer. À noite tentei falar com ele antes da viagem para Curitiba, mas não consegui", diz, bastante emocionada. Urbano, como outros tantos pilotos, morava fim de semana com a família e os outros dias na cidade onde trabalhava.
A triste notícia para a família Urbano veio na manhã desta quarta-feira. "Uma pessoa da empresa nos ligou e avisou do acidente", relembra Sônia. Quem atendeu ao telefone, foi Igor - um dos três filhos de Urbano. "Quando meu filho me contou ficou sem reação. Não podia ser o meu marido". Além de Igor, Urbano deixa os filhos Vitor, 22, Renata, 18, e um netinho de cinco meses.
Casada há 25 anos, Sônia conta que sempre teve um pouco de medo da profissão do marido. "Medo a gente sempre tem, é natural, ainda mais com esses acidentes recentes no Brasil. Mas o meu marido, e acho que muitos pilotos, não têm medo. Era o que o meu marido amava fazer", comenta.
Ninguém da família viajou para a capital paranaense. Todo o trabalho de traslado do corpo está sendo feito pela empresa. "O corpo do meu marido deve chegar ainda esta noite aqui no aeroporto de Assis", disse Sônia. O velório e o enterro acontecem nesta quinta-feira. O corpo do piloto será sepultado às 10h no Cemitério Municipal de Assis.
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