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O jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves deixou por volta das 13h30 desta quarta-feira (25) o Instituto Médico-Legal (IML) Oeste, na região da Vila Leopoldina, Zona Oeste de São Paulo, onde realizou exame de corpo de delito. Segundo a polícia, ele seguirá para a Penitenciária II de Tremembé, a 147 km de São Paulo. Pimenta Neves se entregou à polícia na noite desta terça-feira (24) após o Supremo Tribunal Federal (STF) negar o último recurso pendente. Ele foi condenado a 15 anos de prisão pela morte da ex-namorada e também jornalista Sandra Gomide.

O preso deixou a carceragem do 2º Distrito Policial, no Bom Retiro, região central de São Paulo, por volta das 13h desta quarta. Ele passou a noite na delegacia após se entregar em sua casa, na Zona Sul da capital paulista. A morte de Sandra Gomide ocorreu em 2000. O julgamento que resultou na condenação do jornalista foi realizado em 2006.

O presídio de Tremembé abriga condenados de crimes de grande repercussão, como Alexandre Nardoni e os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos. Nardoni foi condenado pela morte de sua filha, Isabella, de 5 anos. A menina foi jogada da janela do apartamento onde o pai morava, na Zona Norte de São Paulo, em março de 2008. Já os irmãos Cravinhos foram condenados por participar, ao lado de Suzane von Richthofen, do assassinato dos pais dela, Marísia e Manfred von Richthofen.

Defesa

A advogada Maria José da Costa Ferreira, que defende o jornalista, esteve na delegacia durante a manhã para levar água e um lanche para o seu cliente, e reclamou das condições de limpeza da carceragem. "Ele está sozinho em uma cela, que tem apenas um colchonete e um vaso sanitário sem condições de uso. Vou pedir a imediata transferência para um local onde possa cumprir a pena com um mínimo de dignidade", afirmou a advogada.

De acordo com funcionários da delegacia, Pimenta Neves, de 74 anos, passou a noite caminhando dentro da cela. Pela manhã, ele recusou o café com leite e pão com manteiga oferecido pela delegacia.

O 2º Distrito Policial é uma carceragem de trânsito, onde os condenados aguardam a transferência para o sistema prisional.

Preso comum

O delegado titular do 2º Distrito Policial negou que a cela não seja adequada. "A cela é uma cela de cadeia que não é, claro, o que ele deve estar acostumado, mas o tratamento é digno. Tanto é que eu perguntei para ele e ele disse que não tem nada para reclamar", afirmou José Carlos Melo.

O jornalista, de acordo com o delegado, não recebeu um tratamento privilegiado. "Ele está sendo tratado como um preso comum. Apenas tendo em vista a gravidade e a repercussão do caso, para a segurança dele e para a nossa segurança e bom andamento do trabalho, eu entendi de colocá-lo em uma cela separada", declarou o delegado.

Prisão

Depois de se entregar à polícia na noite desta terça-feira, na casa dele, na Zona Sul da capital paulista, o jornalista foi encaminhado à Divisão de Capturas, no Centro. Ele fez exame de corpo de delito e falou a jornalistas sobre o mandado de prisão expedido pelo juiz de Ibiúna, cidade onde matou a namorada há 11 anos. "Os recursos se esgotaram", afirmou. Questionado como foi a chegada dos policiais à residência dele, o jornalista disse "tudo bem". "Foram muito educados", completou.

O crime foi em um haras em 2000. O recurso negado pelo STF foi o último de uma série usada pela defesa em todas as instâncias. Os advogados do jornalista conseguiram protelar a prisão e só agora, cinco anos depois da sentença, ele começar a cumprir a pena.

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