O pintor de paredes Jorge Luiz Morais de Oliveira, 41, confessou nesta terça-feira (29) ter matado seis pessoas – o travesti Carlos Neto Alves de Matos Júnior e outras cinco mulheres.
Segundo o advogado do suspeito, André Nino, Oliveira afirmou em depoimento que matou a travesti por legítima defesa. Já as outras vítimas – todas usuárias de drogas, segundo o pintor – foram assassinadas enquanto ele estava sob o efeito de entorpecentes.
Todas as vítimas foram encontradas enterradas no terreno de sua casa, na favela Alba, zona sul de São Paulo. A polícia encontrou outros dois corpos no local nesta terça, que ainda não foram identificados.
Ainda de acordo com o advogado, Oliveira disse que foi agredido com uma faca pelo travesti, que era seu vizinho. Ao se defender, ele teria matado Júnior. O suspeito apresenta ferimentos profundos nas mãos, braços e coxa, que seriam compatíveis com o relato, segundo Nino.
O suspeito cumpre prisão temporária desde sábado (26).
O advogado de defesa, que foi contratado pelo tio de Oliveira, disse ainda que houve claro erro da polícia no caso. “O local [casa de Oliveira] não foi preservado, e diversas pessoas estiveram no local depois. Há imagens de pessoas comuns com enxadas cavando a cena do crime, o que pode ter alterado as provas.”
Ele afirma ainda que não é possível precisar o número de corpos encontrados no terreno, já que partes de esqueleto que foram localizadas separadas podem, na realidade, pertencer à uma única vítima.
Na segunda (28), a delegada Nilza Scapulatillo, do 35º DP (Jabaquara), negou falha da perícia por não ter isolado a casa do pintor.
Outras mortes
A série de mortes sob suspeita atraiu parentes de desaparecidos à casa do pintor.
A mãe e a companheira da estudante universitária Renata Christina Pedrosa Moreira, 33, sumida desde janeiro, compraram uma enxada e uma pá e foram ao imóvel na segunda (28), aberto e sem isolamento, para fazer uma escavação.
Elas disseram que, ao quebrar uma das paredes, encontraram pedaços de pele e ossos. Também acharam roupas de adultos, crianças, peças íntimas com sangue, uma bolsa de mulher com objetos de manicure e um boneco de vodu.
Scapulatillo disse na segunda não ser possível dizer que Oliveira seja um assassino em série, mas que tem predisposição para matar.
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