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Aeroportos

Pires diz que tem de rezar para viajar no fim do ano

Brasília – Será preciso muita fé para que os passageiros não enfrentem uma longa espera nos aeroportos brasileiros nos feriados de fim de ano. O relato foi feito pelo ministro Waldir Pires (Defesa) ao ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União (TCU). "Ele me disse que é necessário muita fé e rezar um pouco para tudo dar certo", disse Nardes após audiência com o ministro.

Questionado se também tinha fé, Nardes respondeu que "quando a gente perde a fé, a vida perde o sentido". Mas ressaltou que ficou "preocupado, pois essas coisas não podem ser feitas em cima da perna, de improviso, tem de ser feita com planificação." Narde contou ainda ter perguntado ao ministro da Defesa se viajará ou não no fim do ano e que Pires respondeu que está preocupado com o problema e, por isso, ficará em Brasília.

Problemas

Desde o fim de outubro, os passageiros têm enfrentado constantes atrasos nos principais aeroportos do país. Inicialmente, os problemas foram causados pela chamada operação-padrão dos controladores de tráfego aéreo, que, de forma isolada, decidiram aumentar o espaçamento entre as decolagens. O objetivo seria garantir a segurança dos vôos, após o acidente com o Boeing da Gol, que causou a morte dos 154 ocupantes.

Já na última terça-feira, uma pane cortou a comunicação entre os controladores do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (Cindacta 1), de Brasília, e os pilotos. Essa falha causou um grande número de atrasos e cancelamentos.

O ministro do TCU relatou ainda que, na avaliação de Pires, os problemas enfrentados hoje na aviação civil são questões de gestão e administração.

Nardes informou que até o fim do ano 182 controladores estarão em atuação no Cindacta 1. No feriado de Finados, quando foi grande o número de atrasos, o centro contava com 159. Os profissionais extras são aposentados ou remanejados de outros lugares.

Relatório

Hoje, Nardes apresentará no TCU um relatório sobre o setor aéreo. O documento, que será votado a partir das 15 horas, será encaminhado ao Congresso Nacional. Nele, será apontado que o contingenciamento de verbas e a falta de pessoal estão entre os principais problemas que causaram a crise do setor aéreo do país.

Nardes não detalhou o conteúdo do relatório por uma "questão de elegância com os outros ministros do TCU". Salientou, porém, que "a situação é preocupante" e que "os números são consideráveis". "Essa crise causou perdas para o país tanto do ponto de vista financeiro como no setor de turismo, e também causou a perda de confiabilidade na área de transportes", declarou.

O ministro acrescentou que na deliberação desta terça no plenário do tribunal não será aplicada nenhuma multa aos gestores públicos do setor aéreo. Segundo ele, uma eventual penalidade só seria aplicada em um segundo momento, após o aprofundamento da auditoria.

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