Guairaçá Um grupo armado tentou expulsar a tiros ontem os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) que ocupam a sede da Fazenda Videira, em Guairaçá, no Noroeste do estado, desde a madrugada de terça-feira. Segundo os sem-terra, foram quase três horas de disparos contra dois barracões, onde cerca de 350 pessoas se esconderam. Três agricultores ficaram feridos. Os dez homens acusados pelos disparos foram presos pela Polícia Militar quando tentavam fugir do local.
Um dos integrantes do MST, que pediu para não ser identificado, disse que os pistoleiros cercaram a sede e começaram a atirar sem parar por volta das 3 horas da madrugada. "Os tiros continuaram até por volta das 6 horas. E enquanto atiravam, eles gritavam para a gente sair da fazenda", disse. Os sem-terra informaram que vão ampliar o número de pessoas na área para cerca de mil nos próximos dias e não pretendem sair do local.
As marcas das balas ficaram nas janelas e paredes dos barracões, onde as famílias se protegeram. Luiz Ramirez, Isaias Leite Albuquerque e Sidnandi Marques Alves ficaram feridos no ombro, costela e perna, respectivamente, sem gravidade, mas foram internados no hospital de Terra Rica, cidade vizinha.
Cerco
Antes do amanhecer, os policiais militares cercaram a área do conflito. Segundo o comandante da operação, major Antônio Olímpio Ramirez Lima, do 8.º Batalhão da PM em Paranavaí, dez acusados de participação no ataque aos sem-terra foram presos quando tentavam voltar a Dourados, no Mato Grosso do Sul, onde teriam sido contratados. Major Lima adiantou que Manuel Leal de Araújo seria o chefe do grupo, mas disse que ele só vai falar em juízo. Ele teria contratado cada um dos atiradores por R$ 300, mas não informou quem o contratou.
Uma espingarda calibre 12 e cartuchos deflagrados de revólver 38, pistolas e até um fuzil 762 foram apreendidos no local. O major da PM informou que a meta agora é encontrar as armas que os atiradores usaram. Também foram apreendidos uma Kombi, um Gol e uma camioneta F-1000 furtada no dia anterior na região e usada para dar fuga aos acusados. Todos os presos foram levados para a Delegacia de Paranavaí, onde serão indiciados por formação de quadrilha, tentativa de homicídio e posse de arma.
A fazenda encontra-se em processo de desapropriação, segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), mas o proprietário da área recorreu e a Justiça ainda não apreciou o recurso. O advogado do dono da área, Pedro Pavoni, afirmou que os prejuízos com a ocupação já passam de R$ 2 milhões. Ele disse que espera pelo cumprimento da ordem de reintegração de posse, concedida anteontem pela Justiça da Comarca de Terra Rica.
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