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Ponta Grossa – Um menino de dois anos morreu, na madrugada de ontem, depois de ser atacado por um cachorro da raça Pit bull, em Ponta Grossa. O cão pertence à família da criança. O acidente ocorreu na quinta-feira na casa da avó do garoto e foi presenciado pelo irmão de seis anos. Ao tentar livrar o neto do cachorro, a avó também foi atacada e sofreu ferimentos nos braços e nas mãos.

Guilherme Vieira foi socorrido e levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu cerca de 12 horas depois de dar entrada. Em maio, uma mulher de 59 anos morreu depois de ser atacada por um Rottweiller, dentro de sua própria casa, em Colombo, na região metropolitana de Curitiba.

Guilherme e o irmão de seis anos brincavam no quintal da casa da avó materna pouco antes do almoço. A avó entrou por alguns minutos na casa. Foi o tempo suficiente para o Pit bull da família atacar Guilherme, morder sua barriga e cortar a principal artéria do corpo humano, a aorta. Quando a avó retornou ao quintal, presenciou o cão ainda em cima da criança. Ela tentou salvar o neto do ataque, mas também foi agredida. Socorrida, a criança foi levada ao hospital ainda com vida. Lá sofreu uma cirurgia de reconstituição do intestino e da Aorta e chegou a ser internado na Unidade de Terapia Intensiva, mas sofreu uma parada cardíaca e morreu nos primeiros minutos de ontem.

O martírio da família continuou no Instituto Médico Legal, para onde o corpo da criança, de aproximadamente 20 quilos – metade do peso do cachorro que o matou – foi encaminhado. Por seis horas, a família aguardou por um médico legista para fazer a necropsia e liberar o corpo para o velório. Não havia médico disponível. "Foi ligado pro médico e ele disse que era para esperar, que só entraria de manhã", disse o tio da criança, Osnei Pedroso.

A revolta e a angústia da família nada puderam fazer diante do que estabelece o Código Penal Brasileiro, que prevê um tempo mínimo antes do início da análise de seis horas. O corpo de Guilherme deixou o IML às 7h30 da manhã e às 17 horas foi enterrado.

Revoltados, alguns familiares tentaram matar o cachorro ontem, mas foram informados que não poderiam fazer isso, pois o Pit bull terá de passar por uma perícia.

Inquérito

Além da dor da perda do filho, os pais da criança poderão responder inquérito por homicídio culposo (quando a ação não é proposital). Em respeito à família, a polícia só irá abrir o inquérito para apurar a responsabilidade sobre a criança e sobre o cão na próxima semana. Diante da situação, é possível que os pais recebam o perdão judicial. "O juiz pode entender que a dor sofrida pela perda já é maior do que qualquer pena que eles possam receber", afirma o superintendente da 13.ª Delegacia de Polícia de Ponta Grossa, Luiz Bielick.

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