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Empresas de tecnologia

Relator diz que PL das Fake News sofre “ação suja” das big techs

Deputado Orlando Silva, relator do PL das fake news, diz que projeto sofre boicote das big techs. (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

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O relator do projeto de lei das Fake News na Câmara dos Deputados, Orlando Silva (PCdoB-SP) acusou as big techs de sabotarem as discussões sobre o texto. Nesta segunda-feira (1.º), ele afirmou que as grandes empresas de tecnologia estariam promovendo uma “ação suja” para impedir o avanço do projeto, que regulamenta as plataformas digitais e estabelece obrigações aos provedores de redes sociais.

Silva refere-se à atuação das empresa junto a parlamentares desencadeada nos últimos dias. Para o relator, o objetivo da ação seria evitar a votação da matéria e interferir no texto final. No entendimento do parlamentar, as empresas estariam usando a força econômica e a presença no mercado para distorcer o debate político.

“Nunca vi tanta sujeira em uma disputa política. O Google, por exemplo, usa sua força majoritária no mercado para ampliar o alcance das posições de quem é contra o projeto e diminuir de quem é favorável”, declarou o relator, ao participar de um evento promovido pelas centrais sindicais para o Dia do Trabalhador, em São Paulo.

O Google tem publicado mensagens contrárias ao PL das Fake News sob sua caixa de buscas. Nesta segunda-feira, ele exibia mensagens como "O PL das fake news pode piorar sua internet" e "O PL das fake news pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira no Brasil". A "Folha de S.Paulo" publicou reportagem sobre a suposta ofensiva da plataforma contra o PL das Fake News. Em resposta ao jornal, o Google negou que esteja privilegiando links contra o PL em seu buscador e afirmou que seus sistemas de ranqueamento se aplicam para todas as páginas da web, incluindo aquelas que administra.

Fiscalização pela Anatel

Em parecer entregue na última quinta-feira (27), o relator Orlando Silva retirou do texto do projeto de lei a proposta de criação de uma entidade autônoma especializada para a fiscalização. Silva afirmou que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) é a “hipótese mais forte e que encontra menos resistência na Câmara” para a fiscalização do cumprimento da legislação proposta. “Não gera nenhum tipo de desconfiança”, afirmou, referindo-se à agência.

Mesmo assim, ele pontuou que “o adequado seria criar um órgão próprio, especializado, porque a dinâmica é muito peculiar”. Mas disse que a solução parece inviável. “A contaminação dessa proposta é tamanha que hoje é necessário uma solução mediada”, declarou.

A questão ainda não está definida e outras duas possibilidades estão sendo avaliadas. Uma delas seria criar um mecanismo de autorregulação das plataformas que seria responsável por garantir que as próprias empresas cumprissem a lei. Outra seria a fiscalização ficar por conta da Autoridade Nacional de Proteção de Dados, com atuação regulatória, combinada com o Comitê Gestor da Internet que teria papel consultivo. O texto tramita em regime de urgência e será discutido nesta terça-feira, 2, se houver consenso entre os líderes.

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