• Carregando...

Percurso Rio-São Paulo será feito em 2 horas

Pelos estudos da Halcrow, os 403 km entre o Rio e a Estação da Luz, no centro de São Paulo, devem ser vencidos em duas horas pelo trem-bala. A viagem poderia durar menos, mas o governo quis no trajeto oito estações obrigatórias. A velocidade média deverá ser de 360 km/h.

Já se especula até o valor da passagem, cerca de R$ 120 – praticamente igual à da ponte aérea. A diferença é que há economia de tempo no trajeto entre a casa e o aeroporto, o que acaba por tornar a viagem mais ágil.

Quando entrar em operação, o TAV deverá transportar perto de 22 mil pessoas por dia, ou 10 milhões de passageiros por ano. A proposta é ter paradas em Campinas (centro e Viracopos, Guarulhos (aeroporto de Cumbica), São Paulo (Estação Luz e Campo de Marte), Sul fluminense e Rio (Galeão e Leopoldina ou Central do Brasil).

Sob o comando da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o Planalto vai reunir na quarta e quinta-feira dirigentes e técnicos dos Ministérios dos Transportes e da Fazenda, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para tratar exclusivamente do trem-bala brasileiro.

Durante os dois dias, os funcionários do governo conhecerão o estudo preparado pela consultoria britânica Halcrow sobre o traçado, o modelo de negócios, o potencial de passageiros e a viabilidade econômica do primeiro trem de alta velocidade das Américas.

Trata-se do mais audacioso plano de investimentos do governo para os próximos anos. A Halcrow projetou gastos de US$ 11 bilhões para as obras. Cálculos do mercado, no entanto, apontam para a necessidade de investimentos de algo em torno de US$ 14 bilhões.

A ideia é que fique pronto um pouco antes do início da Copa do Mundo de 2014. Depois das reuniões dos dias 15 e 16, o projeto deve ficar à disposição para consulta pública na internet.

Assim que o projeto for aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a ANTT iniciará licitação. Seus diretores acreditam que em agosto já será possível anunciar a concorrência internacional bilionária num pregão na Bovespa. Seis grupos estrangeiros já procuram sócios para a concorrência. Entre eles, Siemens, China Railwais, Ansaldo Breda, Alstom e Mitsui, além de estatais coreanas.

Boa parte da verba para o trem-bala sairá dos cofres públicos. Depois de concluída a obra, ela deverá ser privatizada. Tanto deve ser assim que na última quarta-feira o Diário Oficial da União ratificou a inclusão do trem-bala no Programa Nacional de Desestatização.

Por enquanto, o TAV será administrado pela estatal Valec. No governo, há os que defendem a criação de outra estatal, que cuidaria também de outras ferrovias que surgirem. Como a licitação exigirá a transferência de tecnologia por parte do vencedor, entende-se que outros trens deverão ligar cidades com grande demanda por transporte.

No governo há até os que sonham em ver o Brasil transformado numa Espanha, que interligou suas cidades com trens-bala e aproveitou as linhas mais lentas para programas de fins de semana, como o trem que parte de Madri em ocasiões especiais para fazer todo o roteiro da Mancha, por onde teria passado dom Quixote nas descrições do clássico de Miguel de Cervantes.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]