Brasília (Folhapress) O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá R$ 4 bilhões a mais para gastar em 2006 além das estimativas feitas pelo Ministério do Planejamento em dezembro. As "sobras" dos compromissos assumidos mas não pagos em 2005, chamadas de restos a pagar", serão de aproximadamente R$ 18 bilhões, e não R$ 14 bilhões como eram esperados inicialmente. Do total de recursos provenientes de 2005, cerca de R$ 10,5 bilhões referem-se somente a investimentos. A diferença, em torno de R$ 7,5 bilhões, está relacionada ao custeio dos gastos correntes, como salário do funcionalismo público.
Somados aos R$ 14,7 bilhões previstos na proposta orçamentária do governo (ainda não aprovada pelo Congresso), os ministros do presidente terão inicialmente R$ 25,2 bilhões para investimentos em 2006. Com os investimentos previstos na proposta orçamentária, mais o total de restos a pagar (custeio e investimento), o governo já começará o ano com R$ 32 bilhões para gastar.
Com a anuência de Lula, os ministérios aceleraram a contratação dos empenhos em dezembro numa velocidade poucas vezes vistas anteriormente, garantindo ao governo grande margem de gastos num ano em que o presidente decidirá se concorrerá à reeleição ou não.
O ministro interino do Planejamento, João Bernardo Bringel (secretário-executivo do órgão), atribuiu as grandes somas de restos a pagar ao longo tempo de maturação dos investimentos. Ele citou como exemplo as obras do Projeto Piloto de Investimento (PPI). Dos R$ 3,5 bilhões previstos no projeto, totalmente voltado para empreendimentos na área de infra-estrutura, R$ 2 bilhões sobraram na conta de restos a pagar.