Paraná tem 6 cidades entre as prioritárias
Katia Brembatti
Ao menos seis municípios paranaenses estão na lista das cidades que devem ter as áreas de risco mapeadas e, na sequência, receber investimento em mecanismos de controle e prevenção de desastres. De acordo com o tenente-coronel Edemilson de Barros, chefe da divisão de Defesa Civil do Paraná, foram indicados como prioritários mais municípios do estado com histórico de tragédias causadas por fenômenos naturais, contudo apenas Curitiba, Pinhais, Fazenda Rio Grande, Capitão Leônidas Marques, União da Vitória e Morretes foram incluídos nesta fase do plano.
A enchente e os desmoronamentos que aconteceram no Litoral paranaense em março de 2011 foram decisivos para definir quais municípios do estado receberiam os primeiros investimentos do plano. Barros relata que, no ano passado, equipes da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) estiveram em quatro cidades do estado para levantar ações possíveis de prevenção e reação. Antonina, Morretes, Paranaguá e Guaratuba teriam sido visitadas. Morretes está nas duas listas porque apenas os pontos mais críticos da cidade foram identificados no levantamento anterior.
Barros conta que a Defesa Civil do Paraná acompanhou a elaboração do plano. Paralelamente, o governo estadual trabalha um plano de mitigação de desastres para o litoral, com 28 ações necessárias. No estado todo já foram identificadas 400 áreas de atenção. O levantamento deve ser concluído até o final do ano.
O coordenador do Centro de Apoio Científico a Desastres da UFPR, Renato Lima, avalia que existem pontos positivos no plano anunciado ontem, como a compreensão da relevância do assunto e a destinação de esforços para enfrentar o problema. Contudo, vê alguns pontos que carecem de aperfeiçoamento. "Penso que devemos desenvolver políticas de mais longo prazo, enquadrando estas ações anuais e bianuais dentro de uma linha geral acordada e construída com a participação da sociedade.
Com investimentos previstos de R$ 18,8 bilhões até 2014, o Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais foi lançado ontem, em Brasília. Segundo o governo federal, o programa vai atuar em quatro eixos prevenção, mapeamento, monitoramento e alerta, e resposta a desastres e inclui o mapeamento de áreas de risco e a estruturação de um sistema de monitoramento dessas áreas.
Da verba total disponibilizada, R$ 15,6 bilhões deverão ser destinados para obras de contenção de encostas, drenagem urbana e construção de sistemas urbanos de abastecimento de água em estados do Nordeste e no Semiárido. Mais de 820 municípios foram selecionados como prioritários pelo alto risco de deslizamentos, enxurradas e inundações.
"Queremos salvar vidas humanas, e que as pessoas não percam suas casas", afirmou a presidente Dilma Rousseff na cerimônia, citando as tragédias na região serrana do Rio de Janeiro (2011) e no vale do Itajaí (2008). Dilma pediu aos governadores que "por favor, acelerem os projetos, porque os recursos estão disponíveis".
Central
O plano é em grande parte focado na ideia de prevenir antes de remediar. Evitar que vidas sejam colocadas em risco antes de ter de salvá-las. E a principal ferramenta para isso é o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), em Cachoeira Paulista (SP).
Lançado em dezembro passado, o plano reúne 82 especialistas, entre geólogos, hidrólogos, engenheiros, meteorologistas e especialistas em desastres naturais, monitorando 24 horas por dia as condições climáticas do país. O objetivo é emitir alertas de desastres em especial inundações, enchentes e deslizamentos de terra antes que ocorram. Os três casos são os mais comuns e também os mais letais.
"De todos os desastres naturais que temos, 11% são deslizamentos de terra e eles respondem por mais de 70% das vítimas", afirmou o climatologista Carlos Nobre, secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia e um dos mentores do projeto.
O centro já tem condições de emitir esses alertas para 169 municípios, principalmente nas Regiões Sul, Sudeste e Nordeste. São cidades que têm um histórico recorrente de desastres, como a serra fluminense, o Vale do Paraíba (SP) e o Vale do Itajaí (SC), além das capitais São Paulo e Rio de Janeiro. A meta do plano é chegar a 821 municípios até 2014, onde estão cerca de 85% da população brasileira.
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