4 mil
vagas de residência médica devem ser criadas até 2014 em todo o país, de acordo com a meta do Ministério da Saúde. No Paraná, conforme dados do Conselho Regional de Medicina (CRM) do estado, 1.369 médicos cursam residência, 1.091 deles em Curitiba. "É necessário ter mais vagas. Por meio da residência criamos profissionais para atender a especialidades mais carentes. A maioria dos residentes presta serviço para o Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante convênios que hospitais privados têm com o SUS", destaca o presidente da Comissão Estadual de Residência Médica do Paraná, Adriano Maeda.
Saúde da Família
O Programa Saúde da Família (PSF) engloba uma equipe formada por médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, agentes comunitários de saúde e dentistas que atendem a comunidade nas unidades de saúde ou nos domicílios. Essas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de famílias, que estão localizadas em uma área geográfica delimitada.
Eficácia
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A Secretaria de Saúde de Curitiba articula uma ação para ampliar o número de vagas de residência médica na cidade. As especialidades tratadas como prioritárias são as de Medicina da Família e Psiquiatria. O objetivo é qualificar o atendimento e ter mais profissionais que atuem em Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e no Programa Saúde da Família (PSF), caracterizado pela implantação de equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde.
O projeto de ampliação será encaminhado aos ministérios da Saúde e Educação e ainda não é possível determinar quantas vagas serão ofertadas. "Queremos ter esse projeto apresentado e aprovado até o fim do 1.º trimestre", afirma o coordenador da área na secretaria, Paulo Poli Neto. Atualmente apenas a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) oferece residência em Medicina da Família na capital, com 12 vagas. "Temos outras universidades que disponibilizam vagas para cidades da região metropolitana", destaca.
O objetivo do plano é transformar a secretaria em uma espécie de instituição de ensino. "O estudante de Medicina que se forma poderá cursar a residência pela própria secretaria. Temos profissionais de saúde gabaritados para dar a devida orientação e qualificação", salienta o coordenador.
Demanda
A escolha pelas áreas de Saúde da Família e Psiquiatria se justifica pela própria demanda do município. O número de Caps deve ser ampliado na atual gestão, pois existe um déficit de pelo menos quatro centros destinados ao tratamento de usuários de álcool e drogas (Caps-AD) no município. Além disso, a promessa é transformar dois Caps II em centros de atendimento 24 horas, os chamados Caps III.
Em relação à Saúde da Família, Poli Neto ressalta que poucos profissionais se especializam na área. "Na Europa, no Canadá e na Austrália, os médicos só podem atuar em programas como o Saúde da Família se tiverem especialização. No Brasil, das 33 mil equipes de PSF, somente 2 mil possuem especialistas", afirma.
Segundo o presidente da Comissão Estadual de Residência Médica do Paraná, Adriano Maeda, a medida é benéfica tanto para a sociedade quanto para os médicos. "A residência é um aprendizado teórico e prático. E o médico residente poderá ajudar no atendimento à população", afirma.
Quem também enxerga a iniciativa com bons olhos é o presidente da Associação Médica do Paraná (AMP), João Carlos Baracho. No entanto, ele cobra que a residência seja qualificada. "A supervisão deve ser tratada como prioridade. O residente precisa ter um médico experiente como orientador", enfatiza.
Estudantes recebem bolsa de R$ 2,3 mil
O presidente da Associação Médica do Paraná (AMP), João Carlos Baracho, não considera que a iniciativa da Secretaria de Saúde de Curitiba seja uma mera forma de o poder público obter médicos de "forma mais barata", utilizando a mão de obra dos estudantes. "Não é esse o objetivo. Mesmo porque há postos de trabalho que devem obrigatoriamente ser preenchidos por médico formado e, se for o caso, com especialização", ressalta.
Ele avalia que o interesse maior é promover qualificação profissional. "Há uma demanda para essas áreas que precisa ser preenchida", comenta. A bolsa concedida ao médico residente é de aproximadamente R$ 2,3 mil e o benefício é fornecido pelo governo federal.
Baracho acredita que o fato de poucos médicos formados terem oportunidade de cursar uma especialização corrobora para o município ofertar novas vagas de residência. "Cerca de 40% dos médicos que se formam no Brasil conseguem fazer residência. 60% ficam sem ter uma especialidade para atuar. Isso abre espaço para uma necessidade de profissionais na saúde pública", constata.
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