Os planos de saúde deverão cobrir obrigatoriamente três exames para a detecção de anticorpos do vírus da zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, a gestantes, bebês filhos de mães com diagnóstico de infecção pelo vírus, bem como os recém-nascidos com malformação congênita sugestivas de infecção.
Esses são os grupos considerados prioritário para detecção da zika devido à sua associação com o risco de microcefalia nas crianças, quando o cérebro delas não se desenvolve de maneira adequada.
A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) determinou que os planos devem oferecer cobertura dos testes de PCR (Polymerase Chain Reaction), IgM (imunoglobina M) e IgG (imunoglobina G) a partir desta quarta-feira (6). A medida foi publicada no “Diário Oficial” da União no dia 6 de junho e as operadores de saúde tiveram 30 dias para se adequarem às novas regras.
“A incorporação de exames diagnósticos para zika foi amplamente discutida por técnicos e especialistas visando a melhoria do atendimento a gestantes e recém-nascidos no Brasil”, afirma a diretora de Normas e Habilitação de Produtos, Karla Santa Cruz Coelho.
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“Mas é importante ressaltar que diversos procedimentos destinados ao acompanhamento de gestantes e bebês já têm cobertura assegurada nos planos de saúde. Portanto, essa medida assegura o diagnóstico mais preciso, melhorando a qualidade na atenção às mães e seus bebês”, diz.
A doença, causada pelo vírus da zika, tem como característica a presença de manchas avermelhadas na pele e está associada a casos de microcefalia em bebês e da síndrome Guillain-Barré, transtorno que pode causar paralisia dos membros.
A diretora também destaca que a incorporação dos testes laboratoriais ocorreu de forma extraordinária por se tratar de uma emergência em saúde pública decretada pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
“Portanto, essa é mais uma das ações da agência [ANS] no enfrentamento da atual situação, além do acompanhando atento das diretrizes do Ministério da Saúde para prevenção e o combate ao vírus da zika e as demais doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti”, concluiu a diretora.
Testes
O método conhecido como PCR (Polymerase Chain Reaction), que verifica o genoma do vírus, só é eficaz durante o quadro agudo da infecção -ou seja, quando a pessoa apresenta sintomas da doença. Esse exame é recomendado para gestantes sintomáticas (somente até cinco dias após o surgimento dos primeiros sinais da doença).
Os outros dois testes, que foram aprovados pela agência em fevereiro deste ano, conseguem detectar a presença, por meio de métodos de imunoflorescência, de dois tipos de anticorpos, o IgG (imunoglobina G) e IgM (imunoglobina M), para três doenças: dengue, chikungunya e zika.
O IgM é produzido na fase aguda da doença -com até duas semanas. Ele é recomendado para gestantes com ou sem sintomas da doença nas primeiras semanas de gestação (pré-natal) com repetição desse procedimento ao final do segundo trimestre da gravidez, e para bebês filhos de mães com diagnóstico de infecção pelo vírus da zika, bem como aos recém-nascidos com malformação congênita sugestivas de infecção pelo vírus.
Já o IgG indica se houve uma infecção mais antiga pelo vírus. É recomendado somente para infeção pelo vírus da zika para gestantes ou recém-nascidos que realizaram pesquisa de anticorpos IgM cujo resultado foi positivo.
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