O policial militar Marcos Parreira do Carmo, suspeito de matar o jovem Daniel Duque, no dia 28 de junho em frente a uma boate em Ipanema, Zona Sul do Rio, foi absolvido por unanimidade em julgamento nesta terça-feira (7), no 3º Tribunal do Júri da Capital. Segundo o Tribunal do Justiça, o júri entendeu que o tiro disparado pelo PM foi acidental. A sessão, que durou mais de 12 horas, terminou por volta das 00h30 desta quarta-feira (8). Ainda cabe recurso.
O soldado, que na noite do crime fazia a segurança de Pedro Velasco, filho da promotora Márcia Velasco, foi julgado pela morte de Duque. O PM alegou que agiu em legítima defesa e que Daniel teria tentado tirar a arma da sua mão, provocando o disparo.
Mais cedo o promotor Marcelo Monteiro já havia pedido a absolvição do policial militar. Segundo o promotor, os depoimentos das testemunhas não foram consistentes. "A qualquer réu a lei assegura o benefício da dúvida. O único caminho para se fazer justiça é a absolvição", afirmou o promotor.
A sessão foi antecipada a pedido do assistente de acusação e por causa da lei 11.689/2008, que tem como objetivo acelerar o julgamento de crimes dolosos, consumados ou tentados contra a vida. Ao todo, nove testemunhas foram ouvidas pelo juiz Sidney Rosa da Silva.
Nove testemunhas
No julgamento, o juiz Sidney Rosa da Silva ouviu nove testemunhas, sendo cinco de acusação e quatro de defesa. Último a ser ouvido, o vendedor de balas Valdemir Ferreira Pinto, que trabalha em frente à boate, afirmou ter presenciado o crime.
"Daniel partiu para cima do policial e tentou tomar sua arma", contou. Valdemir ratificou o depoimento de Marcos Parreira e disse ter ouvido dois tiros disparados para o alto.
Além do vendedor, o corpo de jurados, composto por cinco mulheres e dois homens, ouviu ainda os depoimentos de Bruno Monteiro Leite, Gustavo Neves Lacerda Melo, Marcelo Augusto Trevisan, Aloísio Barbosa Viana Filho, Fabiana Vasconcelos Neves, o policial militar Marcílio Faria da Costa, o major da PM Frederike Minervine Bassani e o policial civil Demétrio Abdennur Farah Neto.
Julgamento
Em depoimento nesta terça-feira, o estudante Gustavo Neves Lacerda Melo, amigo de Daniel Duque, admitiu que bebeu na noite do crime, mas disse que o policial militar Marcos Parreira do Carmo o ameaçou com uma arma antes de disparar contra Daniel.
Os amigos de Daniel afirmam que foram provocados por um grupo de rapazes amigos de Velasco e que, em seguida, o PM teria sacado a arma e atirado três vezes.
Briga
Segundo investigações, Gustavo provocou a briga. O depoimento dele começou com uma versão diferente da que havia declarado até agora e o juiz Sidney Rosa da Silva se irritou.
Antes do estudante, o juiz ouviu Bruno Monteiro Leite, que durante a briga pediu a ajuda a Pedro Velasco. Ele disse que foi ameaçado de agressão pelo grupo de Daniel Duque ainda dentro da boate. Protesto marca julgamento de PM
Parentes e amigos do jovem Daniel Duque fizeram, na manhã desta terça-feira (7), um protesto na porta do Fórum do Rio, no Centro, onde aconteceu o julgamento. A mobilização era de apoio à família do estudante.
"Nós vamos ser aquela gota que vai pingar todos os dias e o dia inteiro até nós conseguirmos o que nós queremos, que é Justiça. Eu devo isso ao meu filho", disse Daniela Duque, mãe de Daniel.
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