Dois meses após a invasão da Reitoria da Universidade de São Paulo (USP) em protesto contra a presença da Polícia Militar no câmpus, um estudante da instituição foi agredido e teve uma arma apontada contra ele por um policial. O episódio aconteceu na última sexta-feira, mas ganhou repercussão ontem com a divulgação de dois vídeos no site Youtube. Os dois PMs que participaram da ação no centro de vivência da USP, onde ficava a sede do Diretório Central dos Estudantes, na zona oeste da capital paulista, foram afastados pelo comando da Polícia Militar. Um deles, o sargento André Ferreira, foi o responsável pela agressão e ameaça contra Nicolas Menezes Barreto, aluno de Ciências da Natureza na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP Leste. O outro policial envolvido na ação é o soldado Rafael Ribeiro Fazolin. Segundo o coronel Wellington Venezian, comandante de área responsável pelo patrulhamento na USP, houve despreparo no caso e um "descontrole nervoso" do sargento. A PM abriu uma sindicância, que deve durar cerca de 60 dias, para investigar o caso.
O vídeo na internet mostra o momento em que alunos, guardas universitários e o policial conversam sobre a desocupação. O PM pergunta a Barreto, que está ao fundo, se ele é aluno. Ele responde que sim, mas o policial insiste para que ele mostre a carteirinha da universidade.
O policial, então, vai até o rapaz e o puxa com força, saca a arma e a guarda em seguida. O jovem é sacudido e levado para a frente do prédio, onde recebe tapas e empurrões do sargento. Nas imagens, os estudantes que estão no local acusam o policial de racismo. Um outro PM e um guarda universitário aparecem no vídeo filmando a ação.
No segundo vídeo postado na web, Barreto mostra sua carteirinha de estudante à câmera. O policial, após fazer um telefonema, aparece nas imagens sem a identificação. A assessoria da USP informou que a reitoria não irá se pronunciar sobre o caso.