Matinhos - A ação truculenta da PM feriu pelo menos três veranistas por volta das 15 horas de ontem, na Praia Mansa de Caiobá, em Matinhos. Segundo moradores, o confronto teria acontecido porque um carro da prefeitura apreendeu todo o estoque de um vendedor de verduras sem alvará, mas com licença para trabalhar na orla.
A apreensão dos produtos do vendedor Gilberto Alves de Almeida, o "Giba", que há 20 anos trabalha no Litoral, revoltou veranistas e moradores, que teriam feito um protesto pacífico. Para os moradores, a fiscalização foi uma retaliação da prefeitura ao comerciante, já que o prefeito é dono de supermercados no Litoral. "Ele tinha todas as condições legais para ter o alvará definitivo. É um mistério que ele não tenha recebido essa permissão", diz Isabela Carstens, cuja família tem casa em Caiobá há três gerações e que teve a mãe e o irmão envolvidos no tumulto. "Se os produtos oferecidos no mercado são ruins, por que não podemos comprar o que passa em frente a nossa casa e tem qualidade? Ele tinha o alvará do ano anterior, contas de água e luz e o título de eleitor, que comprovavam a residência dele no Litoral."
Até o início da noite de ontem, a situação estava sob controle. A confusão começou quando seis carros da PM e algumas motos da Força Verde chegaram ao local. De acordo com veranistas, enquanto a Força Verde procurava contornar a situação, a PM agiu com truculência. Dois policiais chegaram a sacar as armas. Algumas pessoas foram atingidas por spray de pimenta e até crianças ficaram machucadas. O veranista Eduardo Reale Carstens levou uma "gravata" com um cassetete ao defender a mãe, Miriam Carstens, de 69 anos, que é moradora de Matinhos.
"Durante a temporada, essa foi a primeira vez que um carro de polícia passou pela nossa rua e quando achamos que os policiais devem nos proteger, somos agredidos por eles", diz Isabela.
A PM alegou que os policiais não sacaram as armas e que alguns deles teriam sido agredidos. A PM também disse que abrirá um procedimento administrativo para investigar o caso. A prefeitura de Matinhos informou que apenas hoje falará a respeito do assunto.