A Polícia Militar concluiu que houve excesso por parte de integrantes da corporação em três ações realizadas neste ano. Quatro pessoas foram mortas por policiais militares nos casos analisados. O resultado dos Inquéritos Policiais Militares (IPMs) será enviado agora para a Vara da Auditoria da Justiça Militar Estadual. Por enquanto, os policiais acusados de excesso estão afastados do trabalho de rua, mas se forem condenados poderão ter punições mais graves.
Um dos crimes militares foi constatado no IPM que apurava a morte de Felipe Osvaldo dos Santos, 19 anos. O rapaz foi morto com aproximadamente 30 tiros durante uma abordagem feita por uma equipe da Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam). Santos foi morto no dia 25 de fevereiro deste ano, quando dirigia o carro da mãe, a cerca de cem metros de sua residência, no bairro Umbará, em Curitiba.
De acordo com a Sesp, os três policiais envolvidos na ação no bairro Umbará foram retirados dos trabalhos de rua e fazem apenas serviços administrativos. O sargento já estava afastado por força de um atestado médico. Os acusados dois soldados e o sargento devem ser julgados pela Justiça Comum pelo homicídio do rapaz. Segundo relatos de testemunhas, na época, os policiais ainda teriam levado o corpo até a casa do rapaz para tentar intimidar a família.
Outro IPM investigou a ação de dois policiais durante um assalto a uma pizzaria na Rua Professor Nilo Brandão, no bairro São Lourenço, em Curitiba, no dia 25 de maio deste ano, que resultou em duas mortes. O gerente do restaurante, Marcos Claudino Dias de Oliveira, 29 anos, e o acusado do assalto, Anderson Pedroso Simões, foram vítimas de dois tiros disparados por um policial. O policial acusado de efetuar os disparos está afastado das funções e o outro voltou às atividades normais.
O último IPM concluído revelou que houve crime militar na morte do pedreiro Edson Elias dos Santos, 28 anos, ocorrida no Largo da Ordem, Centro de Curitiba, na noite de 16 de fevereiro de 2007. A vítima foi morta com oito tiros disparados pelos PMs. Quatro policiais acusados foram afastados das ruas, mas permanecem nos trabalhos administrativos.
O comandante-geral da Polícia Militar do Paraná, coronel Nemésio Xavier de França Filho, lembrou que as investigações foram acompanhadas pelo Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil, Secretaria Especial de Corregedoria e Ouvidoria Geral.
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