"West Side"
Operação na zona oeste serviu como "desvio de foco"
De acordo com o comandante do 2º Comando Regional da Polícia Militar, coronel Altivir Cieslak, a operação West Side realizada na quinta-feira, na região dos jardins Nossa Senhora da Paz e Leonor, na zona oeste , apesar de ter cumprido mandados de busca e apreensão e de prisão, serviu também como um "desvio de foco" do congelamento do União da Vitória. "A zona oeste foi cogitada para receber a UPS, mas no Jardim Leonor já existe uma unidade instalada e aqui não. A partir de agora, a 4ª Cia Independente está incumbida de reforçar o efetivo naquele local", afirmou.
Segundo o tenente-coronel Nerino Mariano de Brito, comandante do Bope, o batalhão participou de todas as operações de congelamento que antecederam a instalação das UPS no estado. Para Londrina, o Bope veio com cinco viaturas e 20 policiais. "São homens com um treinamento de alto nível e um armamento diferenciado, prontos para entrar em ação em qualquer situação mais grave, dando suporte aos PMs. O Bope fica até a instalação da UPS e, quando verifica que a situação está sob controle, sai. Se houver necessidade, voltamos", explicou.
Mais de 300 policiais civis e militares participaram ontem do "congelamento" do Jardim União da Vitória, na zona sul de Londrina, para a instalação da segunda Unidade Paraná Seguro (UPS) do interior do estado, que deve começar a funcionar já na segunda-feira. Por volta das seis horas da manhã, a operação foi deflagrada e o bairro teve todas as saídas bloqueadas. Ninguém conseguiu deixar o local sem ser revistado, inclusive passageiros de ônibus, que tiveram bolsas e mochilas vistoriadas. Cerca de 40 mandados de busca e apreensão foram cumpridos e pelo menos duas pessoas foram presas por tráfico de drogas e porte de armas.
O policiamento ficará no bairro até segunda-feira, quando um grupo de 37 PMs assumirá a UPS. O governador Beto Richa deve inaugurar a unidade de polícia pacificadora, instalada na Avenida Guilherme de Almeida, em frente do Centro de Atendimento Integrado à Criança (CAIC).
Mais de 40 viaturas foram usadas na operação. Além de policiais do 5.º Batalhão e da 4.ª Companhia Independente, houve reforço de batalhões de cidades da área do 2.º Comando Regional, do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) de Curitiba e Ronda Tático Motorizada (Rotam). O helicóptero do Grupamento Aeropolicial de Resgate Aéreo (Graer) deu cobertura. Segundo o coronel Altivir Cieslak, comandante do 2.º Comando, a partir de agora o policiamento no local será permanente.
Escolha
A escolha do União da Vitória para a instalação da UPS, de acordo com ele, foi estratégica, feita segundo levantamentos de criminalidade. Desde 2010, o bairro registrou 12 homicídios, cinco deles só neste ano, com índice de 50 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes. "Além disso, o União da Vitória é um local estratégico porque é próximo a vários estabelecimentos penais e à PR-445, uma das principais rodovias da cidade. Também foi constatado que autores de muitas ocorrências partem daqui para outras áreas da cidade. Um exemplo é o alto índice de recuperação de carros roubados na região", disse.
Segundo ele, o foco principal é devolver a tranquilidade aos moradores de bem do local e adjacências. "Mas temos de lembrar que a UPS não é só uma ação policial, mas concatenada entre várias entidades estaduais e também a prefeitura. O município está dando todo apoio para a instalação da UPS, mas também precisa atender às necessidades da comunidade, como roçagem de mato alto e colocação de equipamentos públicos", explicou.
A UPS de Londrina será a 12.ª do estado e a segunda do interior do Paraná, que já conta com uma unidade em Cascavel, instalada em outubro.
Moradores aprovaram ação policial
Pegos de surpresa, a maioria dos moradores do Jardim União da Vitória aprovou a ação policial. O casal Ana Paula e Marcelo (eles não quiseram informar o sobrenome) esperava o ônibus e foi revistado. Os dois disseram que não se importaram. "Quem não deve, não teme", resumiu Ana Paula.
Para o proprietário de uma panificadora do bairro, José Elias Guedes, 64 anos, operações do tipo são boas para a população. "É mais segurança para o bairro, embora ninguém mexa com a gente", diz.
Patrícia Alves de Souza, 25, e Sílvia Adriana Fernandes, 32, ambas zeladoras, foram revistadas na saída do bairro e também não se importaram. "É até melhor, porque é para nossa segurança", disse Patrícia.
Uma mulher, que não quis se identificar, foi a única a reclamar. "Eu praticamente acordei com um revólver na cara. Bateram na minha casa e quando fui abrir tinha um PM apontando a arma para mim. Levei um susto enorme", contou.
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