Policiais militares desocuparam à força, no fim da noite de sábado (28), a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, cujo plenário estava ocupado por professores em greve desde a semana passada, em protesto contra o plano de cargos e salários proposto pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB), que o Sindicato Estadual de Profissionais de Ensino (Sepe) considera que não atende às reivindicações da categoria.

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Depois de mais de duas horas de negociação, os PMs entraram no Palácio Pedro Ernesto, sede do Legislativo municipal, e, usando bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta, desalojaram cerca de 150 ativistas.

Segundo o coordenador-geral do Sepe, Alex Trentino, duas pessoas foram presas e várias ficaram feridas. Do lado de fora, na Cinelândia, onde os policiais também investiram contra a multidão, cerca de 300 pessoas permaneciam protestando, por volta de meia noite, em clima tenso.

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"Eles não apresentaram ordem judicial", afirmou Trentino. "Mostraram um ofício do presidente da Câmara, Jorge Felippe, pedindo ao governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) a desocupação."

A movimentação final para a ação dos policiais começou por volta de 20 horas, contou Trentino, quando começaram a chegar policiais do Batalhão de Polícia de Choque da Polícia Militar. Oficiais entraram na Casa e tentaram convencer os manifestantes a sair, mas eles se recusaram.

Inicialmente, segundo o sindicalista, as ações da Polícia eram conduzidas, em nome da PM, por um major identificado como Segala mas, no meio das negociações, outro oficial, cujo nome não foi divulgado, assumiu o comando.

As ações foram simultâneas: os professores que ocupavam o plenário foram atacados por um grupo de policiais, enquanto outro dispersava, com violência, os manifestantes que estavam do lado de fora.

O movimento grevista, porém, continuará, de acordo com o coordenador-geral do Sepe. "Temos assembleia marcada para terça-feira, independente do que aconteceu aqui", disse ele.Ofício

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Mais cedo, a Mesa Diretora da Câmara dos Vereadores havia enviado um ofício à Polícia Militar pedindo a desocupação do plenário do Palácio Pedro Ernesto. Nota da assessoria de imprensa da Casa divulgada na tarde de sábado informou que a Justiça já havia expedido mandato de reintegração de posse em agosto, quando estudantes ocuparam o plenário da Casa. "Desta forma, a Câmara não necessita recorrer novamente à Justiça, pois possui autoexecutoriedade e poder de polícia para assegurar, como determina a Constituição Federal, seu livre funcionamento", diz o texto.Sexta-feira

No fim da noite de sexta-feira, professores foram surpreendidos por grande aparato da Polícia Militar, que foi ao Palácio Pedro Ernesto para tentar retirá-los de lá. Os ocupantes, mais de 200 segundo representantes do Sepe, não aceitaram deixar o prédio. Eles alegaram que a liminar apresentada é de 20 de agosto e se refere a uma ocupação anterior, já encerrada - a de manifestantes que protestavam contra a composição CPI dos ônibus na Câmara.