São Paulo Uma psicóloga de 54 anos foi libertada de um cativeiro em uma favela em Caieiras (Grande São Paulo), ontem, após um seqüestro de quase três dias. Maria Aparecida Ramiro Martins, diretora de uma entidade de defesa do meio ambiente, foi seqüestrada na quinta-feira. Dois homens armados invadiram a sede da ONG Girassol, em Santana de Parnaíba (também na Grande SP), onde ela estava. A dupla amarrou dois funcionários da entidade e a irmã da vítima. Maria Aparecida foi levada em sua perua, uma Zafira, até um pequeno barraco na favela do Jardim Marcelino.
O primeiro contato por telefone com a família, para avisar sobre o seqüestro, ocorreu na quinta à noite. "Depois, ligaram na sexta, pedindo como resgate um valor altíssimo (que não foi pago)", conta Paulo Fleury, delegado do Grupo Anti-Seqüestro de Carapicuíba (Grande SP).
No cativeiro, a mulher não sofreu violência física nem ficou amarrada. Como é vegetariana, recebeu até uma dieta à base de frutas providenciadas pelos seqüestradores. Ela dormiu em um colchonete e ficou os três dias sem tomar banho, já que não havia água no local. Como o barraco estava aberto, moradores da favela entravam e saíam à procura da dona da casa, Paloma Aguiar Albano, 18 anos. Uma dessas pessoas viu a vítima e avisou a Polícia Militar.
"Batemos na porta e saiu um homem. Dissemos: "Estamos sabendo do seqüestro, libere a mulher que não faremos nada com você. Ele confessou e o prendemos", relata o tenente da PM Tiago Carnevale Gonçalves. O encarregado de cuidar do cativeiro era Sidnei Gomes Pereira, que tinha apenas uma faca, usada para descascar as frutas para a refém. "Estava sem casa e me deixaram morar neste barraco. Depois de uma semana, me disseram que ia virar um cativeiro e eu teria que tomar conta", disse.
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