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violência

PM mata mulher e fere jovem grávida durante briga entre vizinhos em SP

Três pessoas da mesma família foram baleadas após uma briga entre vizinhos ocorrida na noite de domingo (22) na zona norte de São Paulo. Uma mulher morreu e uma jovem, grávida de seis meses, foi internada após ser baleada na barriga.

Segundo Antônio João Agostinho, 43, o filho estava na frente da casa da avó, que é vizinha de um policial, por volta das 19h, quando o cabo Gílson de Souza Teixeira passou de carro e iniciou uma discussão. Ao perceber a confusão, a família saiu para separar a briga.

Ao ver que o PM estava armado, a mulher de Agostinho, Jurema Cristina Bezerra, 39, pegou o celular para registrar o ocorrido. Neste momento, o policial atirou. Ela foi atingida por três tiros no peito.

“Ela queria gravar para levar na Corregedoria da PM. Não era a primeira vez que ele ameaçava alguém da família”, contou o marido de Jurema.

A nora de Jurema, Gabriela Rocha Leite, 18, que estava grávida de seis meses e com o filho de um ano no colo, foi alvejada na barriga e no rosto. Um irmão de Jurema de 17 anos foi atingido de raspão nas costas.

As vítimas foram levadas para o pronto-socorro do Jaçanã. Jurema já chegou morta ao hospital. Gabriela passou por uma cesárea e uma cirurgia para retirada das balas. Seu estado de saúde é estável e o bebê está internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal. Já o adolescente passa bem.

Mãe de cinco filhos, Jurema era bacharel em Direito, recém-formada em farmácia e cursava o terceiro ano do curso de odontologia.

O policial fugiu de carro do local, mas se entregou no 73º DP no fim da noite. Ele foi preso e será encaminhado para o presídio Romão Gomes, da PM.

Caso antigo

Agostinho contou que a briga entre o policial e a família acontece há mais de um ano. O motivo inicial seria uma casa em um conjunto habitacional que a sobrinha de Jurema recebeu, mas que, de acordo com ele, já estava ocupada pela irmã do policial.

No dia em que receberia a casa, Jurema e o filho acompanharam a sobrinha. Houve uma discussão entre as famílias e Jurema foi agredida por Gilson. Na época, Jurema fez o boletim de ocorrência na 73º DP e comunicou o batalhão em que o policial atuava. Segundo Antônio, ameaças ao filho e ao cunhado eram frequentes.

“Vou enterrar minha esposa de forma digna e depois procurar Justiça, porque a justiça tem que ser feita”, afirmou.

A Polícia Militar não se pronunciou sobre o caso. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do policial.

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