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Violência

PM morre durante invasão a vila no Rio

Rio de Janeiro – No segundo dia da operação da Polícia Militar na Vila Cruzeiro, uma das favelas do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, um policial do Batalhão de Operações Especiais (Bope) foi baleado e morreu. Um bandido também teria sido morto. A polícia tenta encontrar os traficantes que executaram dois policiais militares na noite de terça-feira dentro de uma viatura do 9.º BPM (Rocha Miranda), em Oswaldo Cruz, mesmo local onde, no início de fevereiro, o menino João Hélio Fernandes, de 6 anos, foi arrastado, preso ao cinto de segurança do carro roubado de sua mãe, e morto.

O policial assassinado ontem foi identificado como Wilson Santana, de 28 anos. Ele chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo. A situação na Vila Cruzeiro, no bairro da Penha, é bastante tensa. Os tiroteios param e recomeçam, sempre com intensidade. Por causa dos tiros, partes do reboco de um prédio, atingido por várias balas, caíram. Durante a madrugada desta quinta-feira também houve troca de tiros.

Desde a manhã da quarta os policiais ocupam a favela. Um traficante identificado como Marcos Vinícius Pontes, de 30 anos, o Gato Preto, morreu. Seis inocentes ficaram feridos por balas perdidas. Também na quarta, dois suspeitos foram presos e um blindado do 16.º BPM (Olaria) foi avariado por traficantes depois de ser atingido por explosões de duas granadas e por tiros. O caveirão perdeu um dos pneus e teve de ser removido para o asfalto.

Operações como essa são alvos de críticas da Anistia Internacional. Em relatório sobre a violência do Brasil, a ONG questiona a política de segurança pública no Estado do Rio. De acordo com o documento, a ocupação das favelas por policiais não resolve o problema da violência e coloca em risco a população das comunidades. A Anistia diz que o futuro dependerá da vontade política do governador Sérgio Cabral.

Cabral rebateu o documento e disse que o enfrentamento com os bandidos é necessário para vencer o que chamou de guerra no estado, lançando mão de todos os recursos, inclusive o caveirão, como é conhecido o blindado da Polícia Militar. O governador afirmou que a ação da polícia é desejo da própria comunidade.

Os corpos dos policiais foram sepultados em Japeri, na Baixada Fluminense. Desde o início de 2007, 48 policiais militares foram assassinados, inclusive um segurança do governador, em 8 de abril. Dos mortos, 35 estavam de folga e 13 em serviço.

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