Cinco integrantes de uma quadrilha com estreita ligação com o crime organizado de São Paulo foram presos na manhã desta segunda-feira em Colombo, região metropolitana de Curitiba. A prisão aconteceu graças a uma denúncia anônima de moto roubada, que sequer tinha registro de furto.
Numa casa na Vila Guarani, alugada por um dos integrantes do grupo, os policiais militares apreenderam um quilo de cocaína, 2.274 pedras de crack, uma metralhadora, uma pistola Taurus 9mm, um revólver calibre 38, um colete a prova de balas, cinco celulares e farta munição.
A quadrilha havia escondido a droga e o armamento no forro da casa e não teve tempo de revidar a ação policial. Três foram pegos no quarto e dois escondidos no forro, quando tentavam fugir.
Apreensão
O material apreendido pela polícia denuncia o profissionalismo desta quadrilha. Dos cinco celulares apreendidos, dois são de operadoras de São Paulo, o que evidencia ramificação com organizações criminosas do estado vizinho. O armamento apreendido só é encontrado com grupos bem estruturados, segundo a Polícia Militar.
A metralhadora, uma Ingra 380 milímetros, teve seu carregador de 15 tiros adaptado para ter o dobro da potência original. Um dos presos, Roberto Carlos Sales Marques, de 35 anos, é foragido da Justiça em São Paulo, onde cumpria pena por roubo e tráfico de drogas.
Para fugir do flagrante, outros dois integrantes do grupo argumentam ser dependentes químicos. Jean Wuzcik, 25 anos, e Valcir de Araújo, 31 anos, disseram à polícia que estavam na casa apenas para comprar drogas. Duas mulheres, também presas, alegam ser garotas de programa e só estavam fazendo companhia para os homens.
A Polícia Militar descarta essa possibilidade, já que Luciane do Rocio Batista, 27 anos, e Rosângela Castelani dos Santos, 34 anos, têm cômodos próprios na residência. Todos foram encaminhados para a Delegacia do Alto Maracanã e serão indiciados por porte ilegal de armas, tráfico de drogas e formação de quadrilha.
Contratado de última hora, por telefone, o advogado Degamar Hernandes diz que agora os clientes vão tentar provar a veracidade da história. Segundo Hernandes que diz ter sido encontrado pelo grupo graças à placa "Advocacia 24 horas" em frente do seu escritório , dois deles até já pediram um exame toxicológico para comprovar a condição de dependente químico. No final, a responsabilidade pelas drogas e armas deve recair sobre apenas um deles, possivelmente o fugitivo Roberto Carlos.
A Polícia Militar acredita que a cocaína abasteceria o bairro Cajuru, em Curitiba, e as pedras de crack seriam divididas entre Colombo e o Bairro Alto, este também em Curitiba.