PM retira 11 famílias de área de invasão

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A Polícia Militar desocupou, na manhã de ontem, um terreno de 700 metros quadrados em uma área de invasão no bairro Parolin, em Curitiba. A área, que pertence a Nicanor Cordeiro de Abreu, foi invadida na década de 70 e vinha abrigando 11 famílias, com cerca de 50 pessoas. A ordem para reintegração de posse foi expedida na última quinta-feira, pela 13.ª Vara Cível de Curitiba. Das 11 casas que estavam construídas no local, três foram totalmente removidas. As outras oito foram parcialmente destruídas, já que parte das residências ficam em terrenos vizinhos.

"Somos em 50 ou 55 moradores, mas a Polícia Militar veio com 200 pessoas. Achavam que aqui tinha bandido", comentou o presidente da Associação de Moradores da Vila Parolin, Édson Pereira Rodrigues. "Mas, para surpresa deles (dos policiais), não foi preciso usar a força. Nós mesmos saímos. O que construímos em 40 anos eles destruíram em 40 minutos." Rodrigues, que tem 35 anos, nasceu e cresceu na invasão. Hoje, mora no local com a mulher e três filhos. Ele questionou a "agilidade" da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) para cumprir a ordem judicial e citou uma área de invasão no Santa Quitéria, ocupada desde fevereiro. "Por que não vão se meter com as mais de 200 pessoas que invadiram aquele terreno?", questionou.

Cerca de 30 pessoas ficaram desabrigadas. Por meio de sua assessoria, a Companhia de Habitação de Curitiba (Cohab) informou que as 11 famílias serão beneficiadas pelos recursos que serão liberados para o município por meio do Programa de Aceleração dos Crescimento (PAC), do governo federal. O anúncio foi feito na semana passada, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba.

Segundo a Cohab, as três famílias que tiveram suas casas destruídas ficarão provisoriamente em outros terrenos do Parolin. A Cohab vai providenciar a construção de três casas de madeira, em regime de urgência, para abrigar as famílias até que o projeto de regularização fundiária saia do papel. A previsão é de que as casas provisórias sejam entregues até terça-feira.