400 famílias estão sem casa, afirma ONG
Levantamento feito pela organização não-governamental União Nacional pela Moradia Popular aponta que cerca de 400 famílias ficaram sem moradia desde que a Polícia Militar desocupou o terreno no bairro Fazendinha, na quinta-feira. "Nós chamamos a responsabilidade do município. Essas pessoas estão sem qualquer possibilidade", disse a coordenadora nacional da União, Maria das Graças Silva de Souza.
O afastamento dos comandantes da Polícia Militar que conduziram a reintegração do terreno no bairro Fazendinha, na quinta-feira, causou desconforto na corporação. Isso apesar de o secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, garantir que os dois concordaram com sua decisão. Ele afastou o comandante do Policiamento da Capital, coronel Carlos Alexandre Scheremeta, e o comandante do 13º Batalhão da PM, major Flavio Correia. O coronel Jorge Costa Filho foi designado para substituir Scheremeta e ele deverá indicar, até segunda-feira, o substituto do major Correia.
Dentro da PM, a atitude de Delazari criou um "clima nada bom", segundo um oficial que prefere não ser identificado. Ele disse que esse tipo de atitude acaba com a confiança de todos os outros comandantes, que em outro momento não saberão como agir. De acordo com ele, o que deveria ser feito é identificar e punir o soldado que disparou uma bala de borracha contra um cinegrafista. "Um ato isolado que independe do comando", completou.
O coronel Jorge Costa Filho, novo comandante do Policiamento da Capital, preferiu não comentar o episódio da desocupação. Ele contou que estava em Florianópolis (SC) na quinta e quando voltou para Curitiba, à noite, foi informado que assumiria o comando. "Só hoje (ontem) comecei a olhar as imagens e não tenho informações suficientes para comentar", disse. O coronel Costa afirmou que está empenhado na organização da sua equipe.
Já na Associação de Defesa dos Policiais Militares o clima era mais tenso ontem. Foi divulgada, inclusive, uma nota de repúdio ao ato do secretário Delazari. O presidente da entidade, coronel Eliseu Ferraz Furquim, disse que não é a primeira vez que "coisas semelhantes acontecem", mas que a repercussão costumava ser interna e que os policiais se calavam. "As questões militares são internas da PM e quando um secretário de Segurança altera essa ordem, desconserta o conjunto". De acordo com o coronel, o clima agora é de desconfiança, porque ninguém sabe como deverá se comportar.
Delazari voltou a afirmar que a expectativa era de que a desocupação não ocorresse de forma conflituosa. "Fizemos 230 reintegrações (em seis anos de governo) sem usar a força e aí vem um infeliz e dispara contra um cinegrafista", disse. Para o secretário, isso revela a falta de controle dos comandantes e o afastamento teria sido necessário para apurar o "grave evento".
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