Brasília – O PMDB decide hoje em convenção nacional se vai lançar ou não candidato próprio à Presidência da República. Os 528 convencionais do partido desembarcam no auditório Petrônio Portela, no Senado, a partir das 9 horas para uma jornada de debates. Mesmo se a grande maioria optar em deixar o PMDB livre nos estados para eleger o máximo de governadores e uma bancada federal mais expressiva, uma estratégia que une as alas governista e de oposição ao Planalto, a briga interna não estará encerrada.

CARREGANDO :)

"Quem vai dar a decisão final será o Judiciário", afirmou o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), deixando claro que a convenção não esgotará a polêmica da candidatura própria e que o partido continuará rachado. Na interpretação de Temer, para derrubar a candidatura própria será necessária a presença de, no mínimo, 352 convencionais. Isso representa dois terços do total de membros, o mesmo quórum que foi exigido em 2004 na convenção que aprovou a candidatura própria.

Em relação ao número de votos, a polêmica pode também parar na Justiça. Os aliados do pré-candidato ao Planalto, Anthony Garotinho, defendem que é preciso ter dois terços dos 726 votos da convenção, ou seja 484 votos. Muitos convencionais têm mais de um voto. Temer, por exemplo, tem quatro. Já quem deseja derrubar a candidatura própria acha que essa tese só pode cair com o apoio da maioria dos presentes.

Publicidade

O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse que a candidatura do ex-governador do Rio Anthony Garotinho é "um direito adquirido", conquistado nas prévias realizadas em 19 de março quando ele venceu com mais de 50% dos votos.

Apesar dos temores da cúpula de que os aliados de Garotinho poderão tumultuar a convenção, Eduardo Cunha negou esse propósito. Segundo ele, o ex-governador do Rio fará um discurso, mas por causa da greve de fome de 11 dias, está debilitado fisicamente. Mesmo se a tese da candidatura própria for derrotada, seus partidários garantem que ele não se renderá. Vai levar seu nome na convenção nacional de junho destinada a homologar o nome dos candidatos às eleições.