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Rio de janeiro

PMs abandonam UPP durante tiroteio que matou quatro e feriu cinco

Policiais militares da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) Coroa/Fallet, na região central do Rio, tiveram que abandonar o local durante uma invasão de traficantes armados na noite de sexta-feira (8).

No confronto, quatro pessoas morreram e outras cinco ficaram feridas - entre elas uma grávida de dois meses baleada no ombro. Nenhum dos feridos corre risco de morrer.

Desde 2011, essas comunidades, vizinhas ao bairro de Santa Teresa, contam com UPP.

De acordo com a Polícia Civil, o tiroteio durou cerca de duas horas e ocorreu quando traficantes da comunidade Fallet entraram no morro da Coroa para dominar pontos de vendas de drogas. Por conta dos tiros, motoristas de ônibus abandonaram os veículos na proximidade do cemitério do Catumbi.

Um policial da UPP local relatou à reportagem que, como o reforço não chegava, os policiais tiveram que deixar o local.

“Descemos pelo cemitério do Catumbi, pois de viatura viraríamos alvo. Isso é uma vergonha. Não é covardia, é bom senso. Se ficássemos, iríamos morrer”, disse o homem, que pediu para não ser identificado

Segundo ele, cerca de 20 agentes se encontravam na base no momento da invasão.

Antes de abandonar o local, os policiais trocaram tiros com o grupo de traficantes.

No confronto, na rua Itapiru, três adolescentes, dois de 16 anos e um com idade não divulgada, foram atingidos pelos tiros. Segundo a PM, eles jogavam futebol no momento do confronto e foram usados como escudo humano pelos criminosos.

As vítimas internadas no hospital Souza Aguiar, no centro do Rio, foram identificadas como Gabrielle Prazeres do Nascimento, 22, e Sérgio Luiz Vieira da Silva, 44. O estado de saúde deles é estável, assim como a situação dos adolescentes usados como escudos humanos.

Leonardo Silva de Castro, 34, morreu no centro cirúrgico. Ele tinha seis passagens pela polícia. Os crimes, no entanto, não foram informados.

Segundo o comando da Unidade de Polícia Pacificadora, os policiais retornaram à base durante a madrugada, após o policiamento ser reforçado com agentes do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais).

Em março deste ano, policiais da UPP Alemão (na zona norte) tiveram que abandonar em definitivo a base avançada da rua Canitar devido à ação de traficantes. Uma das bases da UPP Proletário, também na zona norte, está vazia. Os policias deixaram o contêiner com medo de serem baleados por criminosos.

Problemas

Na quarta-feira (6), o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, reconheceu que a UPP Coroa/Fallet/Fogueteiro tem apresentado alguns problemas.

“Há áreas em que temos que fazer alguns ajustes. Um diagnóstico do serviço de inteligência está sendo realizado e estamos levando mais 40 homens para lá”, afirmou Beltrame.

Na última semana, dois jovens, de 15 e 17 anos, morreram no local atingidos por tiros durante operação policial. Na quarta (6), uma menina de 10 anos ficou ferida ao ser baleada.

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