O ministro da Defesa, Raul Jungmann, informou neste sábado (11), em Vila Velha, que as tropas federais ficarão no Espírito Santo pelo tempo que for necessário, até que o policiamento volte a ser restabelecido. Os policiais militares do estado estão parados nos quartéis por uma reivindicação de melhores salários desde o sábado passado e o número de morto chegou a 137 em oito dias de motim. Parte dos policiais voltou a fazer patrulhamento ostensivo nas ruas da Grande Vitória no fim da tarde deste sábado, mas o número ainda é incerto.
“A determinação do presidente da República é envolver todos os recursos necessários, pelo tempo que for necessário”, disse Jungmann, em pronunciamento no 18.º Batalhão de Infantaria, em Vilha Velha, região metropolitana de Vitória.
“Quanto à PM, é um tema que cabe ao governo do estado, a quem vamos apoiar em todas as decisões que tomar. As reivindicações são justas, sabemos todos, mas o limite da legitimidade da reivindicação é a proteção e a vida da sociedade. Isso é inaceitável. Aqueles que são bons policiais, devem honrar seu juramento. Fazemos um apelo aos bons policiais que honrem suas fardas e seus juramentos e venham às ruas”, afirmou Jungmann.
Greve mantida
Com a decisão dos PMs do Espírito Santo de rejeitar o acordo com o governo do estado e manter a greve, a Corregedoria da Polícia Militar decidiu retomar os indiciamentos de praças e oficiais que participam do movimento pelo crime de revolta armada, que prevê pena de 8 a 20 anos de prisão.
O acordo assinado entre o governo do Espírito Santo e entidades de classe de policiais, na noite de sexta-feira (10), não obteve adesão de parte dos policiais na manhã deste sábado. Muitos seguem dentro dos quartéis e mantêm a paralisação iniciada há uma semana, no sábado passado, enquanto as mulheres e familiares completam o movimento ocupando as entradas dos batalhões.
Outra parte, um número ainda incerto, voltou a fazer policiamento ostensivo nas ruas da Grande Vitória no final da tarde deste sábado (11). Todos os PMs receberam convocação do comando geral da Polícia Militar para se apresentarem às 16h em três pontos da cidade.
Quem estava fardado, pode fazer o policiamento imediatamente. Mas pelos menos 50 policiais à paisana reunidos na Praça Oito, no centro da capital, aguardam ordens do comando, já que não possuem fardamento e não podem fazer policiamento sem o uniforme.
Os policiais que estão fardados tinham os uniformes em casa. Os PMs não conseguem sair fardados dos quartéis, cujas entradas estão bloqueadas há oito dias por mulheres de policiais militares.