A equipe de investigação da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) requisitará que os três policiais militares envolvidos na ocorrência que terminou com a morte da estudante Bárbara Silveira Alves, de 16 anos, compareçam à unidade. A reportagem da Gazeta do Povo apurou que os policiais podem comparecer ainda nesta sexta-feira (3) para prestar depoimento. Como eles ainda não compareceram de forma espontânea, a requisição formal será feita nesta tarde. Há suspeitas que o tiro que matou Bárbara tenha sido disparado por um dos policiais. O delegado Edward Ferraz, titular da DFR, no entanto, informou que sua equipe está proibida de conceder entrevistas no momento para evitar qualquer especulação que possa atrapalhar a investigação.
Depoimentos de outras testemunhas do crime devem ocorrer a partir da semana que vem. A lista de pessoas que serão ouvidas está sendo apurada pela polícia.
Calibre
Entre as informações mais importantes para a investigação até o momento está o calibre do projétil que atingiu Bárbara. Essa deverá ser a primeira informação que o Instituto de Criminalística e o Instituto Médico Legal (IML) deverão repassar à equipe de investigação de forma mais rápida.
Passeata de protesto pela morte é cancelada
A passeata que estava sendo organizada para protestar contra a morte da adolescente, e que ocorreria nesta manhã, foi cancelada. A diretoria do Colégio Estadual Santa Cândida, onde estudava a garota, informou que o ato foi desmarcado porque os familiares estão muito abalados.
A intenção dos responsáveis pelo colégio é que nesta sexta-feira (3) haja uma reunião com os alunos da instituição para melhor organizar a manifestação e definir uma nova data e um horário para a passeata, até para evitar possíveis confusões no trânsito.
O velório de Bárbara acontece na capela 2 do cemitério municipal do Santa Cândida. O enterro está marcado para as 14 horas.
Informação de que houve troca de tiros é questionada
Testemunhas da ocorrência que resultou na morte de Bárbara apontaram, ao site Paraná-Online, que os assaltantes não teriam atirado contra os policiais, contrariando a versão apontada até agora de que houve confronto.
Segundo as pessoas ouvidas, os homens responsáveis pelo assalto ao restaurante já estavam a uma distância considerável do estabelecimento quando os disparos foram feitos.
Na página do Facebook do Colégio Estadual Santa Cândida, o professor Augusto Martins postou um texto em homenagem à sua aluna da disciplina Português. Ele classificou a ação dos policiais militares como desastrosa e afirmou que "um professor não deveria ter que enterrar seus alunos".
"Meu Deus, não tenho palavras só lágrimas. Ainda lembro de nossos debates acalorados em sala de aula; sobre temas como liberdade, justiça, direitos, e; sempre como de costume aquele olhar que não compreendia o por quê de determinadas coisas acontecerem no mundo. Hoje, depois de me deparar com a notícia de sua morte esse olhar é meu minha querida aluna; como é possível isso. Como....", escreveu ele.
PM diz que é prematuro afirmar de onde saiu tiro que atingiu adolescente
A Polícia Militar, por meio de nota oficial, informou que um Inquérito Policial Militar (IPM) foi aberto para apurar as circunstâncias do caso. Os policiais envolvidos no atendimento à ocorrência serão encaminhados para acompanhamento psicossocial. Segundo a corporação, as armas deles foram recolhidas e enviadas para a perícia.
A nota diz ainda que nesse momento é prematuro afirmar de onde partiu o tiro que atingiu a estudante.
A versão preliminar da PM para o fato é de que, "por volta da 12h30, um homem entrou armado no restaurante, enquanto outro o aguardava do lado de fora em uma moto, e tentou assaltar um funcionário, que reagiu. Três policiais militares que almoçavam no local intervieram na situação, precisando sair atrás dos marginais".
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