O depoimento dos policiais que participaram do tiroteio no bairro Santa Cândida na quarta-feira (1) e que terminou com a morte da estudante Bárbara Silveira Alves, 16 anos, foi adiado para a semana que vem. Eles seriam ouvidos nesta sexta-feira (3), mas a Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) teve de remarcar o depoimento.
A Gazeta do Povo apurou que houve um pedido por parte da equipe de investigação à Polícia Militar (PM) para que os três policiais militares envolvidos na abordagem aos suspeitos sejam ouvidos na investigação sobre o assalto ao restaurante do bairro Santa Cândida. O crime antecedeu a suposta troca de tiros que vitimou a adolescente, que saia do colégio. O depoimento, entretanto, foi remarcado para a semana que vem. A confirmação da liberação dos policiais para depor ainda depende da PM.
Oficialmente, a Polícia Civil disse que não vai se pronunciar até que todas as testemunhas sejam ouvidas pela DFR e o caso seja esclarecido. Não houve confirmação oficial para os motivos da remarcação do depoimento.
A reportagem solicitou à Polícia Militar, uma resposta dos policiais envolvidos no caso ou de algum advogado deles sobre o que teria ocorrido no momento dos disparos. A corporação, entretanto, mantém o mesmo posicionamento da quarta-feira, de que um Inquérito Policial Militar (IPM) foi aberto para investigar o que ocorreu no local. Os nomes dos policiais e o tempo de serviço deles na corporação não foram informados.
Procurada, a Associação de Defesa dos Direitos dos Policiais Militares Ativos Inativos e Pensionistas (Amai) informou que, até esta sexta, o departamento jurídico da instituição não havia sido procurado pelos policiais para defendê-los no caso.
O caso
Depois de sair do colégio, por volta das 12h30 de quarta-feira, a adolescente Bárbara Silveira Alves foi atingida por uma bala perdida disparada durante uma suposta troca de tiros entre policiais à paisana e dois suspeitos de terem cometido um assalto a um restaurante. Ela levou um tiro nas costas. Testemunhas que estiveram no local do crime no momento dos disparos, e que não quiseram se identificar, afirmaram que foram quatro tiros disparados do restaurante em direção ao local em que estariam os suspeitos, mesma região onde estava a menina.
As marcas dos tiros ainda podem ser vistas em um muro, uma parede e uma placa próximos ao local onde a garota foi atingida. Ela chegou a ser socorrida por moradores e comerciantes, que chamaram o Siate (Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência). Uma ambulância levou a garota já inconsciente ao Hospital Cajuru, mas ela não resistiu e morreu.
Uma fonte ligada a investigação informou à Gazeta do Povo que a bala que atingiu a adolescente veio de uma arma calibre .40, que é utilizada pela PM. Isso aumenta as suspeitas sobre os policiais militares que participaram da ação contra os suspeitos. O fato não é confirmado oficialmente pela Polícia Civil, que ainda aguarda um laudo do Instituto de Criminalística (IC) para saber de qual arma saiu a bala que atingiu a jovem.
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