O governo do Paraná ainda não pagou a promoção de 300 sargentos formados no segundo semestre do ano passado. Além disso, 99 oficiais que se formaram em dezembro ainda recebem como cadetes de segundo ano de formação. Eles recebem apenas metade do que deveriam receber por mês. O caso foi exposto na rede social Facebook pelo capitão Luciano Blasius, lotado na Academia da Polícia Militar do Guatupê. Até férias, o governo do Paraná tem deixado de pagar aos policiais militares, confirmaram alguns policiais à reportagem.
Blasius publicou uma carta onde pede para saber qual a programação do governo estadual para efetivar os direitos dos policiais militares, que estão atrasados. "Sabe senhor Beto Richa e senhora Cida Borghetti, pelo fato de estar na PM há tantos anos e ter alcançado com meus méritos uma condição de gerência administrativa pública, sinto-me no direito e no dever de escrever-lhes, por vários motivos, entre eles: tenho o direito de saber o que está acontecendo com meu Estado do Paraná, principalmente quanto a real situação financeira", pede.
Por telefone, o capitão confirmou a publicação. "É preocupação. Antes de tudo sou cidadão. Não fui desrespeitoso, mas inúmeros policiais estão preocupados. Queremos saber os prognósticos da gestão", disse ele, que não sabe o que explicar aos policiais que reclamam. "A reclamação é geral", afirmou.
As queixas tratam de direitos garantidos pela lei. Segundo Blasius, as promoções e as progressões (aumento de 5% a cada cinco anos) na PM não estão sendo pagas, como o caso dos sargentos que passaram por um curso de oito meses para deixar a patente de cabo. Eles deveriam receber R$ 4,3 mil agora, mas ainda ganham cerca de R$ 400 a menos. Além deles, 99 oficiais recebem, há um ano, salário de R$ 3,1 mil como cadetes de segundo ano, quando deveriam receber cerca de R$ 6 mil.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) informou que a pasta reconhece a dificuldade descrita, mas afirmou que o titular, Fernando Francischini, deverá se reunir com o secretário de Estado da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, para tratar do tema. Francischini já teria solicitado um inventário das pendências que o governo têm de quitar com as polícias do estado.
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