Quatro soldados, todas mulheres, contaram ao Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro (MP-RJ) que receberam ordens de policiais superiores para ocultar provas da tortura a que foi submetido o ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, 43 anos, em 14 de julho passado.

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Demorou pouco mais de três meses para que as quatro policiais prestassem depoimento contra os PMs da UPP. Uma delas disse que a tortura durou cerca de 40 minutos. Essa policial revelou ter ouvido gritos de socorro atrás da unidade. Então, neste momento foi até a frente da sala e colocou as mãos sobre os ouvidos para não ouvir o que estava acontecendo.

"Isso não se faz nem com um animal", teria dito na ocasião. Ela revelou que após as agressões praticadas pelos policiais, tudo ficou em silêncio. Então, ela disse ter ouvido risos. A policial está denunciada por omissão à tortura. Segundo entendimento do Ministério Público estadual, a policial era uma entre os 12 PMs que estavam no local e que poderiam ter evitado a tortura contra o ajudante de pedreiro.

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As soldados disseram que foram obrigadas pelos superiores a ficar dentro da sede da UPP, junto com outros colegas de farda.

O depoimento teria sido prestado pela policial Rachel de Souza Peixoto. Ela pertence ao grupo de 25 PMs que se tornaram réus no caso.

Até o momento, 25 policiais, lotados na UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha foram denunciados pelo desaparecimento de Amarildo. Deste total, 13 estão presos e outros 12 respondem em liberdade. Todos os presos negam as acusações de que teriam torturado o ajudante de pedreiro e ocultado o seu cadáver.