Os policiais que vão atuar nos campi da USP terão a mesma faixa etária que os estudantes: entre 17 e 25 anos. A proposta, da Secretaria de Segurança Pública, foi apresentada nesta sexta-feira (7) em reunião com Comissão de Direitos Humanos da universidade.

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O secretário estadual de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, participou de encontro com o conselho da USP para discutir os detalhes do plano de policiamento comunitário proposto pela secretaria. A reunião aconteceu a portas fechadas, sob protestos de alunos e servidores.

Além disso, os policiais que atuarem no campus terão treinamento específico para lidar com a comunidade universitária e serão voluntários – apenas os que se propuseram a trabalhar na universidade serão deslocados para lá.

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Moraes afirmou, também, que os agentes cuidarão apenas da segurança da comunidade acadêmica. O que fugir a isso, como casos de invasão da reitoria, será de responsabilidade de outras unidades da Polícia Militar.

Os policiais serão fixos, de acordo com ele, para criar um vínculo com os estudantes.

A reunião não foi deliberativa e ainda vai passar por outras instâncias da universidade, como o Conselho Universitário.

O projeto, contudo, não é bem recebido por parte da comunidade acadêmica, sobretudo por órgãos tradicionais como o DCE (Diretório Central dos Estudantes), o Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) e a APG (Associacao dos Pós-graduandos).

O secretário chegou à reunião vaiado por representantes dessas entidades. Durante toda a tarde, eles gritaram palavras de ordem do lado de fora da reitoria, levantaram cartazes e fizeram discursos contra a presença da Polícia Militar no campus.

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De acordo com Phillipe Pessoa, da APG, o projeto não foi discutido com os estudantes antes de ser apresentado. Ele afirma que a presença da polícia não diminuiu a criminalidade dentro da universidade e que o plano também precisa ser apresentado à população que mora no entorno da USP.

O estudante afirma que os problemas de iluminação contribuem para que os crimes aconteçam na instituição.

Ele propõe uma solução mais barata que colocar a polícia no campus: criar grupos de escolta formados pelos próprios estudantes, que acompanhariam o trajeto dos alunos e seriam devidamente equipados.

O diretor do Sintusp, Magno de Carvalho, afirma que a Polícia Militar não sabe atuar dentro da universidade. “A polícia entrou aqui três vezes: na ditadura, em 2011 e em 2013. Sempre causou atrito entre os alunos. Se entrar novamente, vai causar de novo”, diz. “É como a polícia pacificadora no Rio de Janeiro. No começo, todo mundo aplaudiu. Hoje, pedem para que ela seja retirada.”

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