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violência policial

PMs são acusados de matar motoboy

Nove policiais militares suspeitos de envolvimento na tortura e morte do motoboy Eduardo Luis dos Santos, 30 anos, dentro de uma sede de companhia da Polícia Militar na zona norte de São Paulo, deverão ficar pelo menos cinco dias presos administrativamente. O caso mobilizou o comando da PM e virou alvo de ao menos duas frentes de investigação – na Corregedoria da PM e na Polícia Civil.

A prisão dos suspeitos ocorreu anteontem. Santos foi encontrado morto na madrugada do dia 10 de abril depois de ter sido detido por PMs horas antes. De acordo com a Corregedoria, o motoboy foi preso por volta das 20h50 do dia 9 durante uma briga com outras três pessoas no bairro Casa Verde, na zona norte de São Paulo, por causa do furto da bicicleta do filho dele. Para a Cor­regedoria, a detenção do motoboy e das outras três pessoas foi cercada de irregularidades. Em vez de serem levados para uma delegacia, eles foram parar no prédio da 1.ª Companhia do 9.º Batalhão da PM, que fica ao lado do 13.º Dis­trito Policial. De­­pois de ficarem pouco mais de duas horas no prédio, três pessoas foram liberadas sem que ao menos um boletim de ocorrência fosse registrado.

O motoboy, que, conforme a PM, estava mais exaltado, acabou detido por mais tempo. Ele chegou a discutir com um policial e aplicou uma rasteira nele. A partir daí é que teriam começado as agressões. Por volta da 0h10, um dos veículos dessa companhia comunicou à central ter encontrado um homem caído em Santana, outro bairro da zona norte, e que o levaria até o pronto-socorro do bairro, aonde ele chegou morto, com vários hematomas.

Por volta das 2h15 do dia 10, policiais desse mesmo veículo comunicaram a morte ao 13.º DP. Três dias depois do crime, a família do motoboy foi a uma delegacia e registrou seu desaparecimento. No dia 14, os parentes acharam o corpo no Instituto Médico Legal e, no dia 16, fizeram uma denúncia na Polícia Civil.

À Corregedoria, todos os detidos negaram participação no crime. Eles disseram que dispensaram os quatro envolvidos na briga, e só mais tarde encontraram Santos, mas naquele momento não o teriam identificado como a pessoa que tinha sido presa mais cedo. Para o porta-voz da Correge­doria, Marcelo Nagy, não é possível saber se os nove PMs combinaram entre si para contar a mesma versão.

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