Em uma espécie de investigação três em um, o Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) prendeu policiais militares suspeitos de tráfico, descobriu cobrança de propina em blitze e conduziu coercitivamente três policiais civis suspeitos de corrupção. Além de Curitiba, a operação ocorreu em São José dos Pinhais, Campo Largo e Piraquara. Todos os mandados de prisão e busca e apreensão foram expedidos pela 14ª Vara Criminal da capital. A operação, batizada de Hurt Locker (título original do filme Guerra ao Terror), recebeu este nome em razão de ter investigado uma quadrilha que explodia caixas eletrônicos. Até agora, já foram cumpridos nove mandados de prisão.
De acordo com o coordenador do núcleo curitibano do Gaeco, promotor Denílson Soares de Almeida, a apuração sobre caixas eletrônicos começou em março deste ano e conseguiu reforçar o número de provas de uma investigação da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF). “O que conseguimos enviamos para o MPF”, disse. O Gaeco investigava paralelamente à PF as explosões em caixas eletrônicos até uma operação dos policiais federais conseguir prender 16 em setembro.
Mas, na mesma investigação, os promotores se depararam com suspeitas contra policiais militares, lotados no 13º e 23º Batalhões de Curitiba, e outros três policiais civis. Segundo Almeida, dois PMs são acusados de traficar drogas dentro de festas raves na região da capital. “Os policiais também facilitavam entrada de traficantes nas festas. Usavam sua função para isso”, contou o promotor. Os PMs também são suspeitos de cobrar propina em blitze e roubar uma motocicleta durante a fiscalização. Já os policiais civis conduzidos coercitivamente são suspeitos de receberem cerca de R$ 10 mil para não prenderem um traficante. Todos os outros presos são acusados de tráfico e assalto.
Ao todo seriam cumpridos 11 mandados de prisão, 25 de busca e apreensão e 12 de condução coercitiva (em que a pessoa é conduzida para prestar depoimento). Seis das buscas e apreensões foram realizadas em residências de policiais militares e outras três, em casas de policiais civis. Também foram efetuadas buscas na carceragem do Batalhão da Polícia de Guarda.