Ataques na noite de quinta-feira (13) deixou 18 mortos em Osasco (SP).| Foto: Edison Temoteo/Futura Press

As três principais chacinas ocorridas em Osasco desde 2012 somam 17 mortos e alguns pontos em comum: dias antes das execuções um policial militar foi morto ou escapou de uma execução, os suspeitos dos crimes são PMs, e até agora ninguém foi julgado. Apenas um policial está preso aguardando julgamento por um desses crimes.

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Em julho de 2012, oito pessoas foram assassinadas em um intervalo de três horas na região onde ficam os bairros Jardim Rochdale, Mutinga e Munhoz Júnior. O Palmeiras havia acabado de conquistar o título de campeão da Copa do Brasil.

Os locais são os mesmos onde ocorreram 15 das 18 mortes na noite de quinta-feira (13). Os investigadores identificaram dois policiais militares como suspeitos pelas execuções e ambos trabalhavam no 42.º Batalhão, que faz o patrulhamento dos locais onde ocorreram os ataques. Segundo as apurações, dois dias antes das mortes, um PM foi vítima de tentativa de homicídio e, por isso, colegas da corporação se vingaram. Um policial está preso preventivamente, e outro, foi indiciado e aguarda o julgamento em liberdade.

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Pais e filhos

Quatro meses depois, o Jardim Rochdale foi palco de outra chacina. Dessa vez, 11 pessoas foram baleadas em uma festa de aniversário de uma criança com 40 convidados. Entre os quatro mortos, estavam um pai de 31 anos e seu filho de cinco anos. Alguns dos baleados já haviam sido presos. Dias antes, policiais pesquisaram os antecedentes criminais de algumas das vítimas. Dois PMs foram acusados do crime, mas não foram ainda julgados.

E, em fevereiro de 2013, cinco pessoas foram executadas - novamente no Jardim Rochdale. A polícia apurou que homens em um carro preto escoltados por duas motos executaram as vítimas. Dias antes do crime, O PM Luiz Carlos Nascimento Costa havia sido morto a tiros quando saía de uma farmácia.

Segundo o promotor de Justiça Arual Martins, é muito difícil condenar policiais criminosos porque parte da sociedade ainda aceita o crime quando a vítima tinha antecedente criminal. “Para alguns, a polícia, por mais bandida que ela possa se mostrar, será o mocinho por ter dado uma resposta à insegurança. Quando, na verdade, o policial criminoso é muito pior que o criminoso comum. O policial passa a agir em nome do Estado e continua cometendo crimes”.