Policiais militares têm sido obrigados a comprar equipamentos e até pagar pela caracterização (plotagem) das motos para poder trabalhar na Companhia Giro (Grupo de Intervenção Rápida Ostensiva) da Polícia Militar. A unidade, ativada há pouco mais de um mês, foi apresentada nesta semana ao secretário da Segurança Pública, Wagner Mesquita, como um reforço ao policiamento do Centro da capital. Sem equipamentos disponíveis para os policiais, vários deles são obrigados a gastar quase R$ 600 com aquisição de colete tático, joelheira, cotoveleira, farda safari e até os adesivos da motocicleta.
O problema, contudo, não para por aí. A criação da Giro tem sido foco de polêmica entre os batalhões da cidade. Além de perderem seus policiais para a unidade, as motocicletas também desfalcam o policiamento nos bairros. Por exemplo, a maior parte das viaturas do 23º Batalhão da Polícia Militar (BPM), responsável pela Cidade Industrial de Curitiba (CIC) – bairro mais violento da capital -, está aguardando manutenção há meses. O batalhão funciona com cinco delas e algumas motos. De acordo com os policiais, as motos eram essenciais para a atuação na periferia devido à dificuldade de conserto dos automóveis.
“Há uma insatisfação generalizada dos comandantes de unidades em relação à Giro porque há sobreposição de uma companhia comandada por um capitão atuando sob área de responsabilidade territorial”, disse um dos policiais ouvidos pela reportagem. Todos pediram para não ter o nome revelado por medo de perseguição dentro da instituição militar.
Um policial mostrou à Gazeta do Povo uma conversa sua pelo WhatsApp com outro colega para mostrar que a indignação não é apenas dele. A conversa mostra a relação com um oficial da companhia que teria afirmado ao subordinado que ele deveria saber da obrigatoriedade de compra dos equipamentos. “Na hora de chamar, eles deveriam avisar que você tem que comprar tudo. Eles não avisaram nada”, escreveu um deles no aplicativo. Segundo os policiais, a imposição teria partido do comando da unidade. Em uma das conversas pelo aplicativo, os policiais mencionam um capitão, mas não citam o nome do oficial.
A reportagem solicitou entrevista à polícia, mas ninguém quis falar sobre o tema. Apesar disso, a assessoria de imprensa da PM informou que a unidade está funcionando em caráter experimental, inclusive para colher informações sobre quais as necessidades da companhia. Segundo a assessoria, os “ajustes para que os policiais trabalhem adequadamente estão sem providenciados pelo comando” da PM. Isso inclui a compra de equipamentos, que, segundo explicou a assessoria, tem seguir o trâmite legal.
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