O desmatamento da floresta amazônica pode causar prejuízos de US$ 1 trilhão. Dados divulgados por especialistas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e por 29 instituições de pesquisa em todo o mundo alertam que as chuvas geradas no Centro-Oeste brasileiro e nos países do Cone Sul vêm em grande parte da evaporação de água da região amazônica.
Um desmatamento que comprometa essa evaporação, portanto, afetaria o ciclo de águas e toda a produção agrícola dessa região
"O Brasil precisa pensar a preservação da Amazônia como uma questão econômica que terá impacto direto em suas exportações e produção agrícola nos próximos 50 anos", afirmou Pavan Sukhdev, chefe da divisão econômica do Pnuma e ex-executivo do Deutche Bank.
O levantamento, usando dados do cientista brasileiro Antônio Nobre - do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) -, aponta que 20 bilhões de toneladas de água evaporam todos os dias da região amazônica. Parte dessa água acaba chegando ao Cone Sul do continente.
"O governo brasileiro precisa entender que preservar a floresta não é um luxo, logo será uma necessidade econômica", disse Sukhdev. Entre 2000 e 2005, 48% da perda de cobertura florestal no mundo ocorreu no Brasil e 13% na Indonésia.
Para os especialistas, apenas o valor da Amazônia gerando as chuvas no sul e centro do continente já seria um motivo suficiente para proteger a floresta. A avaliação dos cientistas é de que a Amazônia seria a melhor "bomba dágua" e o mais eficiente projeto de irrigação do planeta.
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