Estudo do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) mostra que, entre 2000 e 2010, a taxa de pobreza do Paraná passou de 32% para 18,5%. A diminuição ocorreu em função de políticas sociais, como a transferência de renda, e também do aumento real do salário mínimo, que trouxe poder de consumo a populações antes excluídas.
O coordenador do programa Bolsa Família no Paraná, Nircélio Zabot, aponta, além da transferência de renda, outras políticas, como a seguridade social e a aposentadoria rural, como fatores que contribuíram para a queda do número de pobres do estado. Atualmente, o programa do governo federal beneficia 550 mil famílias paranaenses e causa impacto positivo na economia dos municípios pobres porque injeta dinheiro no comércio local.
Zabot afirma, porém, que o estado ainda concentra 90 mil famílias em extrema pobreza.
A socióloga do Ipardes Louise Ronconi de Nazareno argumenta que, apesar da melhora observada nos últimos dez anos, as regiões de prosperidade e baixo desenvolvimento do estado não se alteraram. Isso significa que o quadro de distribuição da pobreza não se modificou e que as áreas mais vulneráveis não receberam o incentivo necessário para gerar mudanças significativas.
"São locais com menos instituições em geral, falta de tecnologia e indústrias e com trabalho com menos valor agregado", explica Louise. Para a socióloga, investimentos estatais, observando a vocação de cada local, poderiam ajudar a mudar o quadro.
A região Centro-Sul aparece no mapa como a mais pobre do estado, com taxa de 35%. A com melhor índice é a região metropolitana de Curitiba (RMC), que passou de 22% para 13%. O índice da RMC só não é melhor porque é prejudicado pelos indicadores dos municípios do Vale da Ribeira, que entram nesta cota.