Poços de exploração do Aqüífero Karst serão desativados em cinco anos

A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) tem um prazo de cinco anos para desativar os cinco poços de exploração do Aqüífero Karst – reservatório de água subterrânea que abastece oito municípios do Norte da região metropolitana de Curitiba –, que ficam no centro de Almirante Tamandaré.

A exploração é responsável por prejuízos nas estruturas de pelo menos 20 construções do município. O compromisso foi firmado por meio de um termo de ajustamento de conduta, assinado nesta quinta-feira depois de uma audiência promovida pelo Ministério Público Estadual (MP).

O documento permite que o prazo de exploração seja estendido por mais um ano. O acordo foi mais um passo em direção ao consenso sobre o uso do aqüífero para abastecimento. A polêmica em torno da utilização começou em meados da década de 90. Para dar conta do abastecimento da cidade, que sofreu uma explosão demográfica, a exploração começou a ser feita sem o devido cuidado.

A Sanepar admite que houve erros na retirada da água no início, mas garante que agora usa um sistema seguro. Apesar disso, por conta dos equívocos do passado, nos últimos anos, duas escolas foram fechadas porque apresentavam rachaduras provocadas pela movimentação de terra, ocasionada pela retirada de água. Pelo mesmo motivo, moradores da cidade foram indenizados ou porque tiveram que deixar suas casas ou porque precisaram reformá-las.

De acordo com o promotor de Justiça Diego Fernandes Dourado, titular da comarca de Almirante Tamandaré e mediador da audiência, outro passo importante dado ontem foram os compromissos assumidos pela Câmera Técnica do município.

Entre outros pontos, o órgão se compromete a mediar a negociação entre a Sanepar e os moradores que ainda precisam ser indenizados por conta dos prejuízos causados pela exploração irregular.

Com a desativação dos poços, a Sanepar vai insvestir R$ 6 milhões para a construção de uma estação de captação e tratamento de água no Rio Barigüi, na região central de Almirante Tamandaré. A companhia solicitou que fosse acrescentado no termo de ajustamento, o compromisso da prefeitura em assegurar seu Plano Diretor Urbano para correta utilização e ocupação do solo e garantia de que a bacia do Rio Barigüi seja protegida e preservada.