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Falta de médicos provoca longas esperas em unidades de saúde | Henry Milleo/ Gazeta do Povo
Falta de médicos provoca longas esperas em unidades de saúde| Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo

Repúdio

CRM-PR discorda de medida

O Conselho Regional de Medicina do Paraná repudiou a parte do pronunciamento da presente Dilma Rousseff, dado na noite de sexta-feira, no qual falou da contratação de médicos estrangeiros. O conselho entende que parte do caos da saúde se deve à retirada de 10% dos investimentos do governo no setor, o que representa mais de R$ 30 bilhões ao ano e pesa sobre o sistema público. E afirma que a presidente ignora a opinião da classe médica. A categoria pede a reestruturação dos estabelecimentos de saúde e um plano de carreira para os profissionais.

Considerando que "expressiva parcela da população brasileira não tem acesso aos serviços de saúde", o Ministério da Saúde criou um grupo de trabalho para, em 60 dias, apresentar caminhos para resolver a falta de médicos em áreas pobres e do interior. A criação do grupo foi publicada no Diário Oficial da União da última quarta-feira.

O ministério promete lançar, nas próximas semanas, a polêmica medida de "importação" de médicos para o Brasil, com o objetivo de fixá-los em áreas do interior e periferias de grandes cidades.

Tabu

"Não pode ser tabu o Mi­nistério da Saúde fazer uma política de atração de médicos estrangeiros, porque não é tabu em lugar nenhum do mundo", disse Alexandre Padilha, titular da pasta.

"Na Inglaterra, 40% dos médicos foram formados fora da Inglaterra. E no Brasil, apenas 1% dos médicos foram formados fora", declarou.

Padilha confirmou que o governo brasileiro já conversa com outros países para trazer esses profissionais e citou a Espanha onde, segundo ele, há 20 mil médicos desempregados devido à crise econômica internacional.

"Como ministro da Saúde, não vou ficar vendo nosso povo precisando de médico e vendo a possibilidade de a gente atrair profissionais com qualidade para atuar nas áreas carentes, nas periferias e no interior", afirmou. O governo prevê a contratação por um período de três anos.

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