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Cães farejadores auxiliaram na operação, deflagrada na quarta-feira em quatro estabelecimentos de Curitiba | Átila Alberti/ Tribuna do Paraná
Cães farejadores auxiliaram na operação, deflagrada na quarta-feira em quatro estabelecimentos de Curitiba| Foto: Átila Alberti/ Tribuna do Paraná

Surpreso

Procurado pela reportagem, o ex-deputado estadual Fábio Camargo se disse surpreso pela prisão de Alexandro Cardoso, seu ex-funcionário na Alep. "Foi uma surpresa para mim. Como funcionário sempre desempenhou bem a função. Não tenho o que falar", disse em entrevista por telefone. Camargo ainda afirmou que Cardoso era uma pessoa "família" e ressaltou que não quer fazer qualquer juízo do que ocorreu por desconhecer os fatos que levaram Cardoso à prisão.

A Divisão Estadual de Narcóticos, da Polícia Civil, descobriu um esquema de delivery de cocaína na lanchonete Waldo X-Picanha Prime, na Alameda Cabral, Centro de Curitiba. Além de vender sanduíches, o estabelecimento fornecia droga aos clientes no próprio local ou em casa. Mais dois bares e uma casa noturna também foram fechados suspeitos de envolvimento com tráfico de drogas na noite da última quarta-feira. Todos estão localizados no centro da cidade.

Sete pessoas foram presas anteontem e outras três durante as investigações. Entre os detidos está o dono do Waldo X-Picanha e ex-­funcionário da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Alexandro Cardoso, 36 anos. Ele estava lotado na 4.ª Secretaria da Alep em 2013, quando o ex-deputado estadual Fábio Camargo estava à frente da mesma.

O gerente do Waldo X-Picanha Prime, César Batista Kokurudza, 51, também foi detido. Kokurudza foi proprietário do Opção Bar, fechado em maio durante as investigações do caso. "Nesta época conseguimos apreender co­­caína no Opção Bar, prender dois funcionários e um fornecedor que chegava no local quando estávamos lá", explicou a delegada que conduz as investigações, Camila Ceconello. De acordo com ela, Kokurudza migrou para o Waldo onde manteve o mesmo "trabalho" com Alexandro Cardoso.

A delegada explicou que o proprietário e o gerente do Waldo recebiam contatos de clientes "vips" e, por meio de códigos, pediam lanches e cocaína para entrega. "Em outras ocasiões, os clientes iam até lá. Quando isso não ocorria, entregavam para os motoboys", explicou ela.

Os trabalhos da investigação devem ter ainda uma segunda fase. "A gente tem alguns fatos na operação que visam a participação de outras pessoas. Não está descartada uma segunda fase da ação", disse o delegado-chefe da Denarc, Miguel Stadler.

Outros negócios

Alexandro Cardoso também foi proprietário da Purple Hills até setembro do ano passado, estabelecimento que fica ao lado do Waldo X-Picanha Prime. Outro detido, Marcelo Lopes, 38, também trabalhou no Opção Bar. Após o fechamento deste estabelecimento, ele foi para o Bar do Matozo, lacrado nesta semana pelo mesmo motivo. O bar Amarelinho também foi fechado pela polícia por suspeita de envolvimento com o tráfico de droga.

O advogado que representa os donos da boate Purple Hills, Edgar Lenzi, informou que a casa noturna é apenas vizinha da lanchonete. Segundo ele, nenhum dos administradores da casa "possui qualquer envolvimento com as pessoas citadas na investigação". Durante a coletiva de imprensa ontem, a polícia chegou a mencionar que Cardoso ainda era proprietário da Purple Hills.

O advogado de Cardoso, Cláudio Dalledone, não foi encontrado para falar do caso. Os defensores dos outros detidos na operação também não foram localizados.

Em nota, a assessoria de imprensa do grupo Waldo X-Picanha disse que a loja onde foram cumpridos os mandados de prisão é uma franquia e, por isso, o grupo não tem nenhuma responsabilidade sobre o ocorrido.

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