A delegacia de São José dos Pinhais, que investiga o assassinato do ex-soldado da Polícia Militar (PM) Wellington da Silva Ventura, na última sexta-feira (9), afirma ter provas testemunhais contra o suspeito de ter cometido o crime.
Vágner Florêncio Esteven, de 24 anos, foi detido pela PM na última terça-feira (13). Embora haja, segundo a polícia, testemunhas que afirmam ter presenciado o crime, ainda não existem provas materiais da autoria de Vágner. O suspeito, segundo a Delegacia de São José dos Pinhais, segue negando o crime.
De acordo com o delegado de São José dos Pinhais, Gil Rocha Tesseroli, as informações recebidas pela polícia até o momento, apontam para a possibilidade de que Esteven teria cometido o crime a mando de uma terceira pessoa.
"Testemunhas nos trouxeram a hipótese de um caso passional entre o mandante do crime e uma mulher das relações de Wellington. Dessa forma, Vágner teria apenas executado o assassinato", explicou. Ainda não há informações sobre o suposto mandante do crime.
Embora já houvesse suspeitas com relação a este crime, Esteven foi detido somente porque já era um foragido da justiça. O rapaz teria cometido um assassinato em abril de 2012 no município de Roncador, na região Centro-Oeste do Paraná. Além deste crime, o acusado estaria sendo procurado por porte ilegal de arma, falsidade ideológica, resistência à prisão e roubo, segundo a PM. Entenda o caso
O policial militar Wellington da Silva Ventura, de 33 anos, foi assassinado na última sexta-feira (9), no bairro Contenda, em São José dos Pinhais. Na última segunda-feira (12), o inquérito foi aberto pela delegacia do município, e Vágner foi capturado no dia seguinte, no próprio bairro de Contenda, após denúncias anônimas recebidas pela PM. Wellington havia afirmado ter sido torturado durante um curso para soldado da PM em 2012. A denúncia foi feita ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) no dia 29 de julho. No dia 7 de agosto, a promotoria do Gaeco encaminhou um ofício à Corregedoria da PM pedindo explicações quanto às acusações de Ventura. Dois dias depois, o policial foi assassinado.
No dia 31 de julho, depois de formalizar denúncia junto ao Gaeco, Ventura falou sobre o caso no programa Na Tela 190, da rede de televisão CNT. Na entrevista, Ventura afirmou ter levado o caso à Corregedoria da PM por três vezes, sem ter sido atendido, e ao Gaeco."No curso de soldado de 2012, do ano passado, eu sofri vários tipos de tortura: física, psicológica, por parte dos coordenadores", contou Ventura, na entrevista. O policial afirmou, na ocasião, estar afastado das funções por conta de problemas psicológicos. Por parte do Gaeco, foi instaurada uma notícia de fato, fase preliminar a um inquérito que perdura enquanto são levantadas as primeiras informações. O caso está a cargo do promotor André Tiago Pasternak Glitz, do Ministério Público (MP). A Polícia Militar informou que já está com um procedimento aberto para investigar as denúncias de Wellington.