Policiais deixam hotel no Centro de Curitiba: hóspedes reclamaram de truculência| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

A Polícia Militar, a Polícia Civil e a Guarda Municipal de Curitiba apreenderam, entre quinta-feira e ontem, 80 kg de crack, 40 kg de maconha, cinco armas e R$ 10 mil em dinheiro na região central da capital. A operação Liberdade, que vasculhou 43 hotéis e pensões da região, resultou na prisão de 40 pessoas suspeitas de envolvimento com o tráfico de drogas, além de usuários. Um homem suspeito de ter furtado um veículo foi morto durante a ação, mas a polícia não passou mais informações.Dos detidos, só 22 permanecem presos – os demais assinaram termo circunstanciado e foram liberados. Entre os presos estão três suspeitos de comandarem o tráfico na região central, um policial militar e um agente penitenciário. A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) não informou a identidade dos dois, nem onde eles estão lotados.

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As investigações que resultaram na operação começaram em fevereiro e foram coordenadas pela Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), da Polícia Civil. Os hotéis vistoriados são considerados como de "alta rotatividade", nos quais os hóspedes costumam permanecer por pouco tempo, e deverá ser vistoriados por órgãos da prefeitura de Curitiba e do governo do estado.

Truculência

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Os brasilienses Amanda e Roberto (nomes fictícios), que estão hospedados em um hotel na Rua André de Barros e vieram a Curitiba para participar de um congresso, não vão levar uma boa impressão da cidade. O casal foi acordado por volta das 6 horas da manhã, por quatro homens encapuzados e armados de fuzis. A estudante de Direito e o oficial do Exército não imaginaram que se tratava de uma operação policial. "Imaginei que era um assalto. Ninguém informou que era policial nem mostrou mandado de busca e apreensão".

A situação só se resolveu quando uma policial feminina permitiu que eles pudessem se vestir. Enquanto isso, dezenas de hóspedes aguardavam no corredor. Até quinta-feira, o hotel estava cheio de congressistas, principalmente militares. Ontem, segundo Aman­da, o hotel estava vazio. "Nun­­ca mais voltaremos a Curiti­ba. Se depender de mim, o próximo congresso, marcado para agosto, será em outra cidade". Ela pretende processar a Sesp por danos morais.