A Polícia Militar (PM) apreendeu três carros roubados e um fuzil sete milímetros de uso exclusivo das Forças Armadas em uma residência na Rua Argemiro R. de Paula, no Jardim Holandês, em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. Junto com a arma, também foi encontrada muita munição, dois jalecos da Polícia Civil, seis capuzes, quatro coletes anti-balas, um computador e dois passaportes, além de uma alavanca pé-de-cabra que, de acordo com a PM, é utilizada para deslocar caixas eletrônicos. A suspeita é de que o material seria usado em um assalto a banco. Segundo a PM, a quadrilha deve ter cerca de dez integrantes, mas ninguém foi preso.
A apreensão foi feita depois que a polícia recebeu uma denúncia anônima solicitando patrulhamento no local por causa de movimentação suspeita de veículos em frente à residência, ocupada há cerca de 20 dias. A casa estava abandonada, como se os moradores tivessem saído às pressas.
Segundo a PM, os integrantes da quadrilha foram avisados da ação da polícia pelo rádio. "Achamos que eles estavam monitorando o sistema de comunicação da polícia, porque na manhã de sábado crianças foram vistas brincando com rádio em frente ao batalhão do bairro", afirma o soldado Fontoura, que participou da apreensão. Segundo ele, os carros encontrados uma caminhonete S10 de São José dos Pinhais, um Ford Fiesta de Curitiba e um Astra de Colombo tinham sido roubados nos dois dias anteriores. "São carros que agüentam peso como o de caixas eletrônicos e têm potência para um crime como esse", aponta. A polícia investiga ainda a origem dos passaportes encontrados, um de uma criança e outro de um adulto.
Vizinhança
De acordo com vizinhos, que não quiseram ser identificados, a residência utilizada como quartel-general da quadrilha era ocupada por uma mulher e uma criança. "A gente sempre via eles aí, mas o portão sempre ficava fechado e nunca vi nada lá dentro. Aí na semana passada, o portão abriu e vi três carros. Até pensei: nossa, esse povo é pobre e tem uns carrões desses", conta uma vizinha. Segundo outro morador, que mora há 16 anos na rua, o movimento de carros no local era grande, principalmente durante à noite. "Eu sempre via carro aí quando saio de manhã, mas a gente não se mete. Fiquei pasmo com a movimentação da polícia ontem (sábado). Não imaginava um negócio desses, porque aqui é tranqüilo", conta.