Mais um escândalo envolve uma premiação milionária da Mega-Sena no Rio Grande do Sul. Após o vencedor do maior prêmio da Mega-Sena em sorteios regulares ter efetuado o saque de R$ 119 milhões, do concurso realizado no dia 6 de outubro, dez funcionários da prefeitura do município gaúcho de Fontoura Xavier, no norte do estado, procuraram a polícia dizendo que o bilhete premiado pertencia a um bolão feito pelo grupo.
O empresário de São José do Herval (RS), que sacou a quantia como único ganhador, teria recebido o bilhete premiado de um dos apostadores do bolão após o resultado da loteria. O homem que liderou a aposta, um funcionário da prefeitura da cidade, é acusado pelos colegas de armar para não dividir o prêmio, retirando o boleto premiado do bolo de apostas.
No entanto, o grupo apostador não possui cópia dos bilhetes para comprovar sua denúncia. Seus advogados se baseiam no testemunho de um homem que não participou do bolão, mas que teria ajudado a preenchê-lo.
O caso é investigado pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) do Rio Grande do Sul sob segredo de Justiça. Responsável pela investigação, o delegado Heliomar Ataydes Franco, titular da Delegacia de Roubo de Veículos do Deic, afirmou que só se pronunciará no fim do inquérito. Entretanto, destacou que foi comprovada a fraude, sem dar detalhes.
Uma outra informação dá ainda mais destaque a essa polêmica. O empresário que sacou o prêmio teve parte do valor bloqueado pela Justiça. A decisão da Comarca de Soledade (RS) atende o pedido da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional da 4ª Região, que afirma que o suposto apostador possui dívidas com o fisco nacional decorrente de questões trabalhistas. Ele detém um débito de R$ 2,5 milhões contraído por sua empresa em sete execuções fiscais, entre impostos e contribuição para a Previdência Social. O empresário e seu advogado não foram localizados pela reportagem.Sem registro
Em março deste ano, um bolão ganhador de R$ 53 milhões não foi registrado pela atendente de uma lotérica em Novo Hamburgo, na região metropolitana de Porto Alegre. O proprietário e a funcionária responsável por registrar os jogos foram indiciados por estelionato.
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