A Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) analisa imagens de câmeras de segurança que registraram o momento do acidente que matou três pessoas da mesma família na madrugada de domingo, no bairro Rebouças, em Curitiba. O objetivo é checar o momento em que cada veículo cruzou os semáforos, para determinar quem avançou o sinal vermelho.
O delegado titular da Dedetran, Rodrigo Brown, diz que as gravações mostram que o Corsa Classic que trazia as vítimas vinha pela Rua Alferes Poli em baixa velocidade e passou pelo cruzamento no momento em que o semáforo mudava do amarelo para o vermelho. Já o Ford Ka, conduzido por Eduardo Vítor Garzuze, de 24 anos, acusado de ser o causador do acidente, vinha em alta velocidade pela Avenida Silva Jardim e passou no local no instante que o sinal mudava do vermelho para o verde.
A polícia ainda quer ouvir testemunhas, principalmente um outro motorista que havia se envolvido em uma colisão com Garzuze poucas quadras antes do local do acidente. Esse terceiro motorista teria perseguido o Ká.
Embriaguez
Segundo o advogado Daniel Bernardi Boscardin, que representa Garzuze, o rapaz havia saído do trabalho, na loja de conveniência de um posto de gasolina, antes de se envolver na sequência de acidentes. Na primeira colisão, em que só houve danos materiais, Garzuze teria sido agredido pelo outro motorista, motivando a fuga, segundo o advogado. Sobre o avanço de sinal, Boscardin disse que quer ter acesso às imagens de segurança e depoimentos antes de se pronunciar a respeito.
Sobre a informação de que Garzuze apresentava hálito etílico, relatado pelos policiais que atenderam a ocorrência e registrado no prontuário médico, o advogado argumentou que o rapaz é diabético e, via de regra, não pode beber. Essa resposta só será obtida com o resultado do exame de alcoolemia. Garzuze está internado no Hospital do Trabalhador.
Velório
Foram enterradas ontem, em São José dos Pinhais, as três vítimas do acidente: a costureira Lorena Araújo Camargo, de 47 anos; sua filha, Gabriele Empinotti, 23 anos; e o neto Igor Empinotti de Oliveira, 9 anos.
O noivo de Gabriele, Jackson Adriano Ferreira, de 31 anos, que também estava no Corsa, segue internado no Hospital Evangélico se recuperando de fraturas nas costelas. Ele ainda não sabe que a família morreu no acidente.