Elias Mattar Assad, advogado de Virgínia| Foto: Felipe Rosa/ Gazeta do Povo

Cartas na UTI

A defesa de Virgínia ainda rebateu algumas informações que têm sido divulgadas, como as cartas de pacientes que acusam as equipes da UTI de tentativa de assassinato. De acordo com a enfermeira Liliane Andrade, que esteve presente na coletiva com outros profissionais para prestar solidariedade à médica, essas cartas e a suposta sensação de que o paciente estaria sendo vítima de homicídio são decorrentes de um problema chamado "agitação psicomotora" e de consequências de medicação.

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A defesa da médica Virgínia Soares de Souza, investigada por supostamente provocar a morte de pacientes da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico de Curitiba, afirmou ontem que a Polícia Civil apura as circunstâncias de seis óbitos e que havia um policial infiltrado como enfermeiro na UTI Geral do estabelecimento. As informações foram repassadas ontem durante uma coletiva de imprensa, após a defesa ter tido acesso ao inquérito sigiloso que investiga a conduta da intensivista.

Ainda segundo o advogado Elias Mattar Assad, que defende Virgínia, a investigação está embasada apenas em relatos de familiares de supostas vítimas. Ele afirma que ainda não viu no inquérito relatório algum feito pelo agente infiltrado e que não há provas materiais dos crimes.

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Assad afirmou que não conseguiu os áudios de interceptações telefônicas feitas pela polícia. Segundo, ele os "grampos" chegaram apenas em forma transcrita, o que dificultaria a confirmação do contexto das conversas.

O advogado argumenta que os áudios divulgados pela imprensa em que a médica afirma querer "desentulhar a UTI" podem estar fora de contexto. Ele avalia que a frase pode significar apenas que a médica gostaria de abrir espaço para ter mais leitos na UTI. Ainda segundo Assad, o pedido de prisão não foi embasado em nenhuma informação coletada pelo policial infiltrado. "Este inquérito vai ser a maior gafe da história da Polícia Civil." O advogado argumenta que os atestados de óbito foram assinados por outros médicos, já que os intensivistas normalmente não têm esta atribuição.