A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Franca, na região de Ribeirão Preto, no interior paulista, investiga a denúncia de cinco irmãs que teriam sido estupradas pelo próprio pai durante os últimos 20 anos. O suspeito, de 50 anos, é dono de banca de pesponto de calçados e está foragido, mas seu advogado disse que ele se apresentará quando a delegada Graciela de Lourdes David Ambrósio marcar o seu depoimento.
A denúncia inicial partiu de uma das filhas, de 15 anos, que fugiu de casa e não queria retornar devido aos abusos do pai. Ela contou tudo à mãe e as outras quatro irmãs afirmaram que também foram estupradas. Antes, elas não tinham se manifestado por medo do pai.
A primeira vítima foi a filha mais velha, do primeiro casamento do suspeito, que hoje tem 29 anos e está casada. Ela disse à delegada que foi estuprada pela primeira vez aos 8 anos. Os abusos só terminaram quando, com 15 anos, seu namorado a retirou de casa. A denúncia foi registrada na quarta-feira na DDM, inicialmente pelo próprio irmão do pai das vítimas. As filhas prestaram depoimento e confirmaram as ações do pai.
A mulher do segundo casamento, uma sapateira de 39 anos e mãe de quatro das vítimas, tinha ido até Ibiraci (MG) atrás da filha de 15 anos, que viajou com o namorado. A adolescente recusava-se a voltar para casa. Ela explicou que o motivo eram os abusos sexuais do pai há quatro anos. O último teria ocorrido em outubro. A adolescente ainda informou à mãe que as irmãs de 17 e 19 anos também foram violentadas. As outras filhas confirmaram os abusos.
Conforme os relatos, a jovem de 19 anos sofreu abusos dos 12 aos 15 anos, até três vezes por semana, cessados quando ela começou a namorar. A de 17 foi estuprada dos 13 aos 15 anos, semanalmente. E a mais nova, de 8 anos, sofreu atentado violento ao pudor. O pai pedia à menina para não contar seus atos, pois senão ele seria preso."Confusão de sentimentos"
Apesar dos abusos e estupros, e de ameaças, as filhas disseram que gostam do pai. A mãe contou que desconfiava de algo, mas que nunca houve flagrante. O suspeito esperava a mulher dormir para violentar as filhas. "Existe uma história de confusão de sentimentos", diz a delegada Graciela.
Exames de conjunção carnal foram feitos em quatro das filhas. Nada foi constatado na criança de 8 anos. A delegada quer ouvir ainda os meninos e saber se não havia desconfiança dos atos de pai na casa. O caso é investigado como estupro e pedido de prisão poderá ser solicitado à Justiça se a delegada entender que o suspeito poderá fugir ou ameaçar as filhas.
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